Jorge Jesus "apresenta um quadro de infeção respiratória", estando "clinicamente estável", revelou o Benfica. O treinador, de 66 anos, esteve esta quarta-feira no Hospital da Luz a realizar "exames complementares de diagnóstico" mas o CM sabe que há quase duas semanas vinha escondendo os sintomas que começou a sentir após o jogo com o FC Porto, no Dragão, no dia 15.
O técnico tem sentido fraqueza, dores de cabeça e arrepios, além de picos de febre ligeira, sobretudo à noite. Sintomas compatíveis com uma gripe, que lhe foram tirando a vitalidade - daí a aparente apatia de que vinha sendo acusado. Em várias conferências de imprensa foi notória uma tosse frequente.
Ao que o CM apurou, Jesus foi cumprindo o trabalho em sacrifício. Perante o surto de Covid na Luz, que afastou dez jogadores e todos os elementos da sua equipa técnica, o sexagenário escondeu a gravidade dos sintomas de que padecia: nos últimos dias, quando se tornaram mais visíveis e era questionado sobre isso, respondia que devia ser só uma constipação. Não quis abandonar a equipa num ciclo negativo: 2 vitórias, 3 empates e 1 derrota em 2021.
O momento de viragem, apurou o CM, foi o regresso de João de Deus, seu braço-direito, na segunda-feira. Com outros colaboradores a voltarem ao trabalho na terça-feira, o técnico admitiu o estado debilitado e logo nesse dia foi observado. Esta quarta-feira esteve no Hospital da Luz, desde as 08h00 até às 17h00, submeteu-se a uma bateria de exames e depois foi para casa. O CM sabe que os médicos do Benfica e os especialistas consultados estão reticentes em permitir a presença no banco esta qinta-feira (21h15) com o Belenenses SAD, nos ‘quartos’ da Taça de Portugal, mas Jesus tem insistido que "quer ir a jogo", revelam fontes próximas do técnico.
Os testes de diagnóstico a que Jesus se submeteu são decisivos para determinar o agente que causou a infeção, que pode ser uma bactéria ou um vírus (ainda esta quarta-feira o teste à Covid-19 voltou a ser negativo). "O tipo de infeção tem a ver com a localização no aparelho respiratório. Pode ir de pneumonia a sinusite", explica ao Correio da Manhã o pneumologista Carlos Lopes, acrescentando: "A condição do hospedeiro é essencial. As repercussões para a saúde são mais graves em idosos, bebés ou pessoas com doenças como cancro".
Quinteto de volta após a CovidAlém de Waldschmidt, também Gilberto, Diogo Gonçalves, Vertonghen e Grimaldo estão disponíveis para o jogo de hoje após recuperarem da Covid. Estes últimos quatro jogadores realizaram esta quarta-feira exames respiratórios e cardíacos, por decisão do departamento médico encarnado, e já participaram no treino ao fim da tarde. Se a equipa técnica assim decidir, podem defrontar o Belenenses SAD. Waldschmidt, porém, está mais adiantado na recuperação à infeção.