O regresso do rei. Ronaldo voltou ao onze titular da Seleção e de que maneira. Um bis, muitos sorrisos e até lágrimas de orgulho da mãe, Dolores, na bancada, emocionada como se estivéssemos em 2004, no primeiro golo do filho com a camisola das quinas, aos 19 anos. Agora, aos 37, o número 7 chega aos 117. Para já...
E já que começámos a falar em realeza, é justo que se aproveite o principesco nome de William, que inaugurou a festa deste domingo, já depois de um golo anulado pelo VAR aos suíços devido a um toque com a mão. É do pé de Ronaldo (15’) que sai um tiro de livre que o guarda-redes adversário acaba por defender para a frente. William aproveitou a recarga e fez o 1-0 em Alvalade.
Os helvéticos até pareciam dar luta, mas essa foi uma música que acabou por volta da meia hora para dar lugar à real festa portuguesa. Aos 35’, Bruno Fernandes e Diogo Jota constroem um lance que deixa Ronaldo em frente à baliza - o remate de primeira do astro saiu perfeito. Era o segundo e seria o terceiro quatro minutos depois, num momento de posse fantástico da equipa de Santos. Há um túnel de Bruno, um primeiro remate de Jota e, outra vez no sítio certo, CR7. Ou melhor, CR117.
Apetecia dizer que Ronaldo não perdoa. Mas perdoa. Estávamos com muito jogo pela frente e o capitão dispôs de mais umas três ou quatro ocasiões de ouro, nem contando com aquela em que marcou, imediatamente anulada por fora de jogo.
Se já tinha trocado seis jogadores da partida de Espanha para a deste domingo, Fernando Santos voltou a mexer e sem perder qualidade. Entraram Horta e Bernardo Silva e o esquerdino do City solicitou o colega de equipa Cancelo para encerrar, com o 4-0, o festim de júbilo em honra do rei Cristiano. Cristiano CXVII. Para já. Veremos se volta a marcar já na quinta-feira, frente à Rep. Checa.
Positivo e negativo
Cristiano CXVIIE vão 117. Ou CXVII, em numeração romana, como os reis merecem. Cristiano Ronaldo voltou a mostrar que está aí para os golos. Só este domingo podiam ter sido mais dois ou três. Há sempre o próximo jogo: é já quinta-feira, com a Rep. Checa.
Suíços como o queijoBuracos por todo o lado. A Suíça até marcou primeiro, num golo anulado por ação do VAR, mas entrou numa espiral negativa que, só por acaso, não atingiu números maiores. Mérito, também, para a equipa lusa.
Arbitragem: Auxiliado pelo VARCom ajuda do videoárbitro, anulou o golo dos suíços logo no início do jogo, por toque com o braço que foi decisivo para o lance terminar no fundo da baliza de Patrício. Foi também o VAR a reverter uma decisão de penálti - a falta sobre Nuno Mendes foi fora da área.
Ronaldo demolidor arruma com a Suíça
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Rui Patrício – Regresso à baliza com pouco trabalho.
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Cancelo – Assistência perfeita que CR7 desperdiçou. No 2º tempo, uma arrancada e jogada de classe no 4-0 final.
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Pepe – Sem grande trabalho a defender, viu-se no ataque a a cabecear ao poste.
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Danilo – Continua a ganhar rotinas de central e mais uma vez saiu-se muito bem.
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Nuno Mendes – Exibição positiva depois de um início intermitente.
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Rúben Neves – Começou com algumas dificuldades. Mas quando acertou com as marcações foi importante.
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William Carvalho – Inaugurou o marcador, mas teve outras ações muito importantes. Um dos melhores.
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Otávio – Ganhou a falta que resultou no 1-0. Depois teve outra ação, mas demorou na hora do remate.
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Bruno Fernandes – Decisivo no 2-0 e no 3-0. Mexido e, desta vez, com importância no jogo ofensivo de Portugal.
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Diogo Jota – Esteve muito perdulário, mas como assistente esteve perfeito.
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Ronaldo - Palavras para quê, capitão? Esteve no golo inaugural, marcou dois logo a seguir e teve várias chances para uma noite ainda mais memorável. Já leva 117 golos pela Seleção. Intratável.
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Bernardo Silva – Mal entrou, fez uma fantástica assistência para o 4-0.
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Ricardo Horta – Pouco em jogo e pouca bola.
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Rafael Leão – Entrou com velocidade e muita vontade.
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Palhinha – Muito músculo.
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M. Nunes – Sem tempo.
Dolores emociona-se com os golos do filhoA mãe de Cristiano Ronaldo emocionou-se durante o jogo, gerando alguma preocupação, uma vez que foi há dois anos que sofreu um AVC. Antes deste domingo, Dolores Aveiro já tinha desmaiado duas vezes em estádios quando assistia a jogos do filho. Por esse motivo, CR7 proibiu a mãe de assistir a partidas decisivas. "Ela não pode assistir aos meus jogos importantes, fica muito nervosa", contou, na altura, CR7 ao ‘Daily Mail’.