O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, analisa a atual crise do clube em dia de aniversário dos encarnados.
Numa entrevista à BTV, Vieira começa por deixar uma palavra a todos os benfiquistas, no dia em que as águias comemoram 117 anos.
"O principal responsável sou eu" De seguida, e confrontado sobre a atual crise nos resultados, o presidente sublinha que os encarnados vão continuar na luta pelo título nacional, pedindo ainda aos adeptos para que "não baixem os braços". No entanto, admite: "O principal responsável [pela crise] sou eu".
Covid-19 no Benfica Sobre os casos de Covid-19 no clube, o presidente afirma que as infeções prejudicaram a equipa durante o mês de janeiro, mas situação tende a normalizar. O presidente, que também testou positivo à Covid-19, confessa que não é capaz de subir um lance de escadas sem parar, mesmo depois de ter recuperado da doença.
O presidente das águias admite que a ausência de adeptos no estádio faz falta aos jogadores, principalmente nos jogos fora de casa. "O público arrastava o Benfica para as vitórias", frisa.
Contestação dos adeptos "Não sei porque é que é esta contestação", confessa Vieira sobre os últimos ataques à direção benfiquista.
"É revoltante o que fazem", volta a atacar o presidente sobre a contestação dos adeptos, referindo que há alturas "em que não podemos ganhar"
Adiamento do jogo com o Nacional Luís Filipe Vieira recorda o caso do não adiamento do jogo com o Nacional apesar dos inúmeros casos de Covid-19 no plantel. O presidente do Benfica refere que o presidente do clube madeirense só aceitava adiar o jogo caso os encarnados emprestassem Diogo Gonçalves aos insulares.
Futuro de Jorge Jesus no Benfica Vieira afirma que Jorge Jesus tem "provas dadas" no clube, sendo o treinador com mais títulos conquistados no Benfica. "Logicamente tem de continuar", assume. "Só tive três treinadores desde 2009", relembra.
Contratações para a época "Faríamos igual", garante sobre planeamento da época. Sobre a contratação de jogadores, Vieira sublinha que "não houve um jogador que o Jorge Jesus não dissesse que sim", aprovando assim as propostas de contratações. "Há um compromisso entre todos nós", acrescenta, rejeitando a ideia de conflito entre treinador e presidente.
O presidente afirma ainda que Rui Costa "tem feito um trabalho fantástico".
Derrota com o Arsenal e eliminação da Liga Europa Sobre a eliminação da Liga Europa, Filipe Vieira admite que a situação foi "difícil" de digerir, apesar do clube acreditar que poderia passar o obstáculo do adversário Arsenal.
Formação do Seixal "Se fosse por mim, Benfica seguia o caminho do Seixal", garante o presidente, em resposta a perguntas colocadas por figuras ligadas ao clube, entre elas Toni.
"Dentro da minha presidência está a recuperar-se toda a história do Benfica", frisa.
Falta de apoios do Estado "É de estranhar que o governo não pense no futebol. Esta indústria é a que deve dar mais visibilidade para Portugal. É de estranhar que o overno não pense no desporto. São todos os clubes que andam a sustentar o desporto. Era uma obrigação do estado, mas não está a ser. Não é só o Benfica, é o Sporting, o FC Porto, todos. É impensável que não pensem no desporto. Se o Presidente da República e o primeiro-ministro e o secretário de desporto só existem para as finais europeias ou quando a selecção foi campeã europeia, com os jogadores dos clubes, toda a gente foi. Agora, numa crise destas, não há ninguém que se lembre. Onde está o Presidente da Liga junto do Governo? É uma vergonha que o futebol nãos eja contemplado. O futebol é um dos principais pagadores de impostos do país. Isso era no passado. Somos dos principais pagadores de impostos do país. Se não nos respeitarem, temos de nos juntar e de nos defender. Se não houver futebol, não há. Não podem é brincar connosco. É uma falta de respeito para esta indústria. Isto não são brinquedos. São empresas auditadas que cumprem. O que querem de nós? Devíamos ser ressarcidos e bem ressarcidos. Estamos a apagar a fatura da pandemia. Não seria justo. É Mais do que justo para aquilo que representamos em Portugal. Vamos lá ver se aparece dinheiro ou não. Sabemos tomar atitudes e firmes."