Judoca Joana Santos conquista ouro nos -57 kg e revalida título

Atleta de 35 anos venceu a turca Buse Tiras, no 'golden score', depois de ter derrotado nas 'meias' a venezuelana Mayerlyn Barreto Rodrigues.

16 de novembro de 2025 às 15:18
A judoca Joana Santos Foto: Direitos Reservados
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A judoca portuguesa Joana Santos conquistou este domingo a medalha de ouro na categoria -57 kg dos Jogos Surdolímpicos Tóquio2025, que decorrem até 26 de novembro, revalidando o título conseguido há três anos em Caxias do Sul, no Brasil.

Joana Santos, de 35 anos, garantiu o ouro, ao vencer na final a turca Buse Tiras, no 'golden score', depois de ter derrotado nas 'meias' a venezuelana Mayerlyn Barreto Rodrigues, também no 'golden score', e nos quartos de final a sul coreana Eujni Seo, por 'ippon.

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A judoca algarvia, que revalidou o ouro conseguindo na mesma categoria nos Jogos Surdolímpicos Caxias do Sul2021 (disputados em 2022 devido à pandemia de covid-19), passa assim a somar cinco medalhas na competição, cuja primeira edição decorreu em 1924.

"Foi um dia muito especial, e emotivo. Transbordei de alegria com esta medalha, a minha terceira de ouro em Surdolímpicos, vou recordá-la para sempre", afirmou a judoca, em declarações reproduzidas pelo Comité Paralímpico de Portugal (CPP), após ter subido ao pódio.

Joana Santos, que na categoria -63 kg foi medalha de ouro em Taipé2009, prata em Sófia2013 e bronze em Samsun2017, admitiu que os combates da meia-final e final foram difíceis, considerando que o facto de "conhecer bem as adversárias ajudou muito".

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"A final foi dura, muito dura, mas eu não queria ficar em segundo lugar, estava muito convicta do que queria", referiu a judoca, que se mostrou ansiosa por falar com os filhos, de sete e dois anos, e perceber "se eles acreditam mesmo que a mãe ganhou a medalha".

Aos 35 anos, Joana Santos assume que quer ser um exemplo: "Quero incentivar todas as mulheres surdas a praticarem desporto, seja qual for a modalidade. Não é fácil, eu sei, mas é possível".

O treinador Delfim Martins, que em Tóquio substituiu Júlio Marcelino, o habitual técnico da judoca, mostrou-se, naturalmente, satisfeito com a conquista e admitiu que a comunicação foi o maior desafio.

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"Estou feliz, pela Joana e pelo mestre Júlio. Para mim [no trabalho com a judoca], o grande desafio foi o da comunicação, o de entender a personalidade. Não sabia como comunicar em competição, tive que trabalhar a situação dos códigos para que a comunicação fosse o mais fluida possível", disse.

Susana Lourenço, chefe da missão surdolímpica portuguesa, considerou que "todos têm de estar orgulhosos com a primeira medalha" e desejou que este seja o primeiro de vários pódios nos Jogos Surdolímpicos Tóquio2025, que começaram no sábado.

"Começámos no bom caminho, acredito que vamos alcançar muito bons resultados", referiu, acrescentando: "A Joana é uma mulher de coragem, com dois filhos, trabalhou muito e concretizou o seu sonho, focou-se para ser a número um. É um exemplo de que a deficiência não interessa, no desporto não há limites".

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A ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes, e a secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão, Clara Marques Mendes, assistiram no Tokyo Budokan aos combates da judoca, uma das duas atletas femininas da comitiva nacional.

A medalha de Joana Santos é a 18.ª conseguida em Jogos Surdolímpicos por Portugal, que soma em Tóquio a sua nona participação no evento.

Nos Jogos Surdolímpicos Tóquio2025, que juntam cerca de 3.000 atletas com deficiência auditiva, Portugal conta com 13 participantes, que competem em cinco modalidades: atletismo, ciclismo, judo, natação e tiro.

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