DINHEIRO A MAIS
Daqui por três dias Athina Onassis, uma das maiores herdeiras do mundo, completa 18 anos e pode, finalmente, deitar a mão a uma fortuna avaliada em mais de cinco mil milhões de dólares. Filha de Cristina Onassis e neta do famosos armador grego Aristóteles Onassis, a jovem chega à maioridade envolta num escândalo amoroso que mete um ‘playboy’ brasileiro, uma ex-mulher fula da vida e uma criança de dois anos. Ah!, e os tais cinco mil milhões de dólares, claro.
Athina encarna na perfeição o papel da ‘triste herdeira’, cujo dinheiro a empurrou para os corredores da infelicidade. Tanto assim que manifestou várias vezes vontade de doar a fortuna, como se de um legado maldito se tratasse. Até a sua imagem física compactua com essa ‘la palissada’ segundo a qual ‘o dinheiro não dá felicidade a ninguém’. De facto, a neta de Onassis não é propriamente uma rapariga bonita, nem possui aquele misto de energia e sedução que transforma mulheres vulgares em criaturas luminosas. Mesmo o seu sorriso parece incapaz de desfazer aquele ar baço e taciturno – há mulheres que quando sorriem desarmam e fascinam, como se tocassem uma flauta que obrigasse o mundo a segui-las.
Não sendo uma rapariga feia, digamos antes que é uma jovem banal, igual a tantas outras que povoam este mundo de seis mil milhões de habitantes. Fora o pormenor de daqui a três dias herdar cinco mil milhões de dólares.
Athina herdou o nome da avó, a grega Athina Livanos e, pelos vistos, a sorte da mãe aos amores, que como se sabe, era pouca. Quando se casou com o francês Thierry Roussel, terceiro marido e futuro pai da sua filha, Cristina (que acabou por suicidar-se com barbitúricos) sabia que ele vivia há mais de uma década com uma mulher que nunca abandonou e que lhe continuou a dar filhos. Sabia e aceitou, como se esse fosse o preço da felicidade. Ela que estava habituada a comprar carros, propriedades e outros luxos avulsos aos seus amores, desfez-se do orgulho como se desfazia de um cheque: abnegadamente.
Vinte anos depois, a história parece repetir-se e Athina, entra na vida adulta com lamentável estardalhaço. A menina a quem não se conhecem excentricidades e que viveu toda a vida resguardada por guarda-costas, à procura de uma normalidade forjada, estreia-se no amor da pior maneira. Apaixonada por um campeão de equitação brasileiro com mais 12 anos do que ela – a quem chamam Doda – estará, porventura, a fazer orelhas moucas às palavras da ex-mulher deste, que há pouco tempo pôs a boca no trombone e garantiu que para ele a única coisa interessante que Athina tem é o dinheiro. Sublinhando que o seu marido sempre se referiu à herdeira como uma rapariga gorda, feia e antipática, a senhora deixou no ar a suspeita de que após aplicar o golpe do bau, ele é bem capaz de voltar para os seus braços.
Athina e o ‘tal’ do Doda (é difícil acreditar em alguém com um nome destes) pensam casar-se mal o campeão olímpico obtenha o divórcio. Para já, não há nenhuma data oficial a não ser esta: 29 de Janeiro de 2003, dia em que a herdeira pode agarrar nesses cinco mil milhões de dólares e fazer deles o que quiser. É estranha a vida. Nos últimos anos, os quatro gestores da fundação Onassis acusaram milhares de vezes o pai de Athina de gastar em proveito próprio a rica pensão da filha. Mas agora que a jovem está por sua conta, agora que pode guardar, gastar ou dar aqueles cinco mil milhões de dólares, que farão eles? Melhor: que fará ela, que passou a juventude a dizer que no dia 29 de Janeiro de 2003 ia pegar na sua fortuna e doá-la a instituições sociais?
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