Luís Lucas: “Revejo-me muito no ‘Carlitos’”

Do ‘Conta-me como foi’, na curiosidade e imaginação da personagem, confessa o actor Luís Lucas, narrador da série. Quase 40 anos depois do 25 de Abril, “estamos a precisar de uma nova revolução”, admite

06 de novembro de 2011 às 00:00
Luís Lucas: “Revejo-me muito no ‘Carlitos’” Foto: Direitos reservados
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Tem 59 anos, nasceu em Lisboa e desde cedo começou a fazer carreira na representação. Frequentou o curso superior de formação de actores, no conservatório nacional de teatro. É membro fundador da comuna, com a qual participou em vários festivais de teatro. Tem interpretado várias personagens em televisão.

Actor de formação e profissão – tanto que daqui a vintes anos é no palco que se imagina –, Luís Lucas tem um currículo extenso de participações em produções televisivas. ‘Laços de Sangue’, ‘Conta-me como Foi’ (como narrador da série), ‘Equador’ e ‘Deixa que te Leve’ são disso exemplo.

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No cinema trabalhou com diversos realizadores de renome, onde se contam nomes como João Botelho, Jorge Silva Melo, Margarida Gil, Joaquim Leitão e Manoel de Oliveira, entre muitos outros. Sobre o País onde nasceu e vive, acha que era altura "para fazer um balanço" e, quem sabe, "fazer uma outra revolução".

A resposta escolhida surge a sublinhado

- É o narrador do ‘Conta-me como Foi’ (RTP), a voz do ‘Carlitos’ adulto que vai desfiando as memórias de uma infância ocorrida antes do 25 de Abril. Também o Luís foi criança em época de ditadura.

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a) Revejo-me muito no ‘Carlitos’ do ‘Conta-me como Foi’, na sua curiosidade pelas coisas e imaginação porque também eu era assim quando criança

b) Era uma altura em que se vivia com pouco mas em que se sonhava muito

c) São memórias que o tempo não apaga. Vivi com entusiasmo o 25 de Abril e todas as possibilidades que se abriram depois da revolução

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- Hoje, 37 anos depois do 25 de Abril, o Luís – que tinha 22 anos quando acabou a ditadura – pensa que...

a) Houve muitas promessas que ficaram por cumprir

b) Portugal não evoluiu tanto como seria esperado

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c) Estamos a precisar de uma nova revolução

- Trabalha como actor desde a década de setenta. A escolha da representação...

a) Não foi uma escolha, foi um caminho que a dada altura surgiu

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b) O sonho de ser actor começou muito cedo na minha vida e muito cedo decidi que ia fazer tudo para o conseguir

c) Não foi uma escolha fácil, principalmente para a minha família, mas uma vez apaixonado pela arte não havia volta a dar

- Desde então participou em dezenas de séries, peças de teatro, filmes e novelas e é um dos actores mais conhecido dos portugueses...

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a) Por mim tinha feito ainda mais

b) É preciso ganhar a vida e trabalhar em coisas mesmo que não tenham a ver connosco para aguentar os períodos sem trabalho

c) Às vezes cansa tanta agitação

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- A maior vantagem da área (e da arte) onde se move continua a ser, por muitos anos que passem...

a) Possibilidade de viver muitas vidas e ao mesmo tempo chegar a casa e ainda ser eu

b) Não ter rotinas nem horários das nove às cinco

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c) Conhecer muita gente diferente em cada projecto

- Por outro lado, por muitos anos que passem também, a maior desvantagem de ser actor continua a ser...

a) Não saber o dia de amanhã

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b) Ter de aceitar projectos que pouco têm a ver comigo, porque este é o meu trabalho e tenho de sobreviver

c) Falta de incentivos para os actores por parte do Governo

- Em Lisboa, cidade onde nasceu em 1952, comove-o:

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a) A luz cinematográfica, que não deixa ninguém indiferente

b) As memórias de infância que reencontro a cada passo

c) As ruas e os recantos que só quem conhece sabe onde estão

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- A crise económica que o País atravessa fá-lo pensar:

a) Já não acredito naqueles que mandam há muito tempo

b) É a consequência de muitos excessos do passado

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c) É paga em dobro pelos portugueses

- Se pudesse realizar uma longa metragem sobre a troika faria...

a) Um drama de fazer chorar as pedras da calçada

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b) Uma comédia porque rir é o melhor remédio

c) Um filme de terror porque ninguém sabe o que nos espera no dia de amanhã

- Quando opta por ficar sozinho em casa, qual o pensamento que mais depressa lhe ocorre?

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a) Que o País devia fechar para balanço

b) Que a minha vida pode não ser perfeita mas é a minha

c) Pode ser que o País tenha solução

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