Marta Crawford: “Vão precisar de mais afrodisíacos”
No seu tempo não se falava de sexo como hoje ela fala. E quem lhe dera que tivesse sido diferente. Mas porquê tantos tabus se “o público é mais afoito a ouvir falar de sexo do que a ir ao teatro”?
Psicóloga e sexóloga, mãe de dois filhos, poderia ter sido actriz. Mas a verdade é que se tornou conhecida do grande público quando apresentou, na televisão, o programa ‘AB... Sexo’. Na rua passaram a fazer-lhe perguntas sobre o tema. Defende acerrimamente que "sexo é mais do que uma relação entre pénis e vagina".
Pergunta a sexóloga: "Haverá ainda estações [de televisão] que queiram ter programas sobre sexualidade?". É que Marta Crawford tem ideias para voltar a pôr os portugueses a falar de sexo como se estivessem a falar dos golos da selecção nacional (umas vezes felizes e outras não).
Nos seus livros, como ‘Sexo sem Tabus’ e ‘Viver o Sexo com Prazer, um guia da sexualidade feminina’, fala de tudo, com detalhes e até desenhos. Na televisão – em programas como o ‘Aqui Há Sexo’, na TVI 24 – ficou também conhecida por usar palavras como fellatio, cunnilingus ou sexo anal. Será que volta à televisão?
A resposta escolhida surge a sublinhado
- Gostaria de conhecer a vida sexual de qual das seguintes figuras?
a) Dominique Strauss-Kahn, ex-director-geral do Fundo Monetário Internacional
b) Henrique Sotero, conhecido por ‘violador de Telheiras’
c) José Pedro Guedes, que disse ser o ‘estripador de Lisboa’
- Pela sua experiência, que liberdade sexual ainda falta aos portugueses?
a) Vibradores e outros objectos de prazer
b) Inspiração no ‘Kamasutra’ ou em filmes pornográficos
c) Falar de sexo como dos golos da selecção nacional
- Olha para trás e lembra-se das coisas que fez. O que gostava que tivesse sido diferente?
a) Que na minha adolescência eu soubesse falar de sexo como hoje
b) A minha primeira vez
c) O meu primeiro namorado
- Na relação com a sua mãe, como falavam da sua sexualidade?
a) Escondi muita coisa da minha mãe
b) No meu tempo não se falava de sexo como hoje
c) Eu e a minha mãe falávamos de sexo sem complexos
- Actualmente, o que é mais difícil para si?
a) Fazer contas aos gastos do dia-a-dia
b) Procurar a ajuda de um psicólogo
c) Ser reconhecida com fama
d) Outra hipótese: deixar de roer as unhas
- Durante o seu casamento, quem procurou para lhe dar conselhos nos momentos de crise?
a) Com os/as amigos/as sempre falei de tudo
b) Nos livros encontro solução para todos os problemas
c) Já fiz terapia
- A sua primeira paixão foi pelo Teatro. Chegou a actuar nos palcos da Barraca. Que acha disso hoje?
a) O público é mais afoito a ouvir falar de sexo do que a ir ao teatro
b) Foi no teatro que me desinibi
c) Eu numa telenovela faria hoje de sexóloga – aproveitava para ajudar muita gente
- Que programa gostaria de fazer na TV?
a) Uma escola de sexo
b) Um reality show muito quente
c) Um talk show com entrevistas a famosos sobre sexologia
d) Outra hipótese: um dos programas que criei e que estão à espera de ir para o ar numa das estações portuguesas. Haverá ainda estações que queiram ter programas sobre sexualidade? Afinal, o sexo continua a ser a palavra mais procurada na internet e nos meios de comunicação social
- Que solução daria a uma mulher, conservadora, sem marido ou namorado, que quer muito ser mãe?
a) Um relacionamento casual com um amigo
b) Recorrer a um banco de esperma
c) Se não encontrar a pessoa certa, fazer voluntariado numa instituição de solidariedade social com crianças
- Face aos tabus dos portugueses nas questões relacionadas com sexo, qual é a explicação que mais vezes dá?
a) Sexo é mais do que uma relação entre pénis e vagina
b) Também se faz sexo na terceira idade
c) As mulheres não precisam de fingir o orgasmo
- Peço-lhe para fazer futurologia. O que acha que vai acontecer em 2012 perante a crise que se vive?
a) Este será o ano do baby-boom
b) Os portugueses vão precisar de mais afrodisíacos do que nunca
c) Prevejo o fim de muitos casamentos
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