Um jovem feiticeiro no fogo da adolescência
Harry Potter e o Cálice de Fogo’ é, sem dúvida, o melhor filme da série. Não só o jovem feiticeiro está mais maduro e experiente, como curioso pelo sexo oposto. Por isso mesmo, será (quase) tão difícil enfrentar, pela primeira vez, Lord Voldemort num duelo, como escolher uma rapariga para levar a um baile…
De uma forma sábia, a mais recente adaptação dos romances de J.K. Rowling, desta vez sob a direcção do realizador britânico Mike Newell (que contou com um orçamento de mais de 200 milhões de euros), faz com que Harry Potter (Daniel Radcliffe, 16 anos), Hermione Granger (Emma Watson, 15 anos) e Ron Weasley (Rupert Grint, 17 anos) usem a magia aprendida na escola de feitiçaria de Hogwarts ao ritmo do bater dos corações.
Contudo, estes são tempos difíceis para Harry Potter… Os pesadelos continuam a atormentá-lo e a famosa cicatriz na testa provoca-lhe mais dores. É o sinal de que Voldemort anda por perto. Depois de ser estranhamente escolhido pelo Cálice de Fogo para participar no famoso e arriscado torneio Triwizard, porque, de facto, tinha apenas 14 anos e não os necessários 17 anos para participar, Harry medirá forças e talentos com o campeão de Quidditch, Victor Krum (o búlgaro Stanislav Ianevski) e a elegante Fleur Delacourt (a francesa Clémence Poésy). Como se essa competição não exigisse, por si só, toda a sua concentração, Harry terá ainda de aturar as perguntas insinuantes da jornalista de mexericos Rita Skeeter (Miranda Richardson).
Como se percebe, o filme acaba por ser uma fascinante viagem ao mundo mágico de Potter, com muita acção, suspense, uma deslumbrante sequência subaquática, e claro, o aparecimento dos primeiros dilemas amorosos. De um lado, Harry hesita em convidar a menina Cho Chang (a escocesa Katie Leung) para o baile Yule, enquanto que Hermione se deixa seduzir por Victor, não se apercebendo, entretanto, da atracção que exercera sobre Ron… Ou seja, o amor anda mesmo no ar…
Aproveitando a rara oportunidade de estar perto do trio de jovens actores, num encontro com a imprensa internacional ocorrido em Londres há duas semanas, foi irresistível questioná-los sobre as transformações que sobre eles exerceram as respectivas personagens. “No meu caso, que estou ligado a estes filmes desde os meus onze anos”, explicou o efusivo Daniel, “posso dizer que essa parte da minha pré-adolescência foi bastante normal e semelhante aos miúdos da minha idade.”
Apesar de admitir, com um sorriso: “É verdade que também eu estou agora a passar por algumas das fases que Harry passa neste filme...” Por seu turno, Emma Watson, uma jovem actriz que parece colher muitas das qualidades de Hermione Granger, explica um pouco a evolução do filme. “Os nossos fãs têm vindo a acompanhar a série desde a primeira hora e a crescer com ela. Talvez por isso este filme esteja um pouco para além de uma plateia demasiado jovem, já que evolui para o género ‘thriller’. Pessoalmente, acho que está muito fiel ao livro.” Por seu turno, Rupert Grint traça igualmente um balanço muito positivo dos últimos cinco anos. “Tem sido uma viagem fantástica”, confessa. “Logo desde o primeiro filme. No fundo, cinco anos inesquecíveis que me fizeram perder grande parte da escola, o que eu não me arrependo muito…”, remata com um sorriso trocista.
Apesar da timidez, do que também Daniel Radcliffe não se arrependerá certamente é da cena em que esteve prestes a beijar Katie Leung… “De facto, não estava nada previsto, responde cauteloso. “Na verdade, eu só beijo a Cho Chang (Katie Leung) no quinto livro. Por isso, essa cena nem sequer estava planeada para aparecer neste filme.” Já Katie, a visada, mostrou-se também embaraçada com a ideia: “Como não estava previsto no filme, não sei muito bem o que dizer. É claro que começaram a correr rumores, mas acho que as pessoas não compreenderam muito bem o que se ia passar. A verdade é que não existia um verdadeiro propósito.” No entanto, quando forçado a responder que rapariga mais gostaria de levar a um baile, Dan lá respondeu: “Confesso que depois de ver o filme ‘Garden State’ deixei-me apaixonar pela Natalie Portman. Por isso, acho que seria ela, ou a Scarlett Johansson. Ou alguém como elas… Pediu-me para deixar voar a minha imaginação, não foi?” A ideia é mesmo essa.
- Vai gostar se leu os livros da célebre autora britânica, J.K. Rowling. E se tem seguido de perto as respectivas adaptações cinematográficas.
UM TRIO SEM NAMORADOS
É bem verdade que com este filme a questão afectiva das personagens jamais será a mesma. Por isso, é igualmente natural a curiosidade que se gerou sobre a vida afectiva deste trio de jovens actores. Mas sabem a verdade? Nem Daniel Radcliffe, Emma Watson ou Rupert Grint vivem casos amorosos. É verdade. E só mesmo Daniel parece ter admitido um anterior caso, embora pareça estranhamente aliviado… Já Emma optou por um rotundo “não”. Por fim, Rupert alega que esteve muito ocupado a filmar. Será?
A MÚSICA QUE ELES GOSTAM
Ora aqui está um tema que eles dominam. Dan, entusiasmado, enunciou um longo rol das bandas do novo rock que costuma ouvir e que incluem nomes como Clap Your Hands Say Yeah!, The Rakes, Dogs, The Libertines e Louis the XIV. Emma confessa-se mais interessada em música mais calma, como Damien Rice, mas também gosta de Nathalie Imbruglia. O mesmo não sucede com Rupert, mais adepto do ‘heavy’, com preferência pelos AC/DC e pelos The Killers. Aqui, cada um com o seu gosto.
‘HARRY POTTER E O CÁLICE DE FOGO’
Género: acção/aventura.
Realização: Mike Newell.
Actores: Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint.
Classificação: 4/5.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt