Alcoolismo, loucura, sexo, solidão, violência, desespero, pobreza e suicídio eram os temas que obcecavam Bukowski.
Por Adolfo Luxúria Canibal
Charles Bukowski, mais conhecido em Portugal pelos seus contos, o que muito se deve à pioneira antologia ‘A Sul de Nenhum Norte’ editada pela Relógio d’Água na década de 1970, é um autor ausente da edição nacional.
De facto, só agora a sua obra começa a ter edição regular, sempre muito focada na ficção: para além dessa antologia de contos, ainda no século XX apenas o seu terceiro romance, ‘Mulheres’, teve edição pela D. Quixote, e somente em 2002 saiu um terceiro título, ‘Correios’, o seu primeiro romance, pela Canguru.
É a partir de 2010 que a restante obra de Bukowski começa a ficar disponível, primeiro pela Ulisseia, que edita o seu quarto romance ‘Pão Com Fiambre’, e depois pela Objectiva/Alfaguara e pela Antígona.
Genial
Este incremento editorial espelha a aceitação que a obra de Bukowski foi tendo e que faz com que, quase 25 anos após a sua morte, ele não seja mais apenas um autor de culto entre apreciadores de literatura marginal, mas um escritor amplamente consagrado, objecto de sucessivos estudos críticos e traduzido nas principais línguas do mundo.
Mas apesar de essencialmente poeta – foi com a publicação de poemas em revistas e antologias, sobretudo naquela que é considerada a melhor revista de poesia da América, a ‘Wormwood Review’, que Bukowski construiu a sua primeira legião de fãs e abriu caminho para a publicação dos seus contos e depois romances –, a sua poesia ainda não tinha merecido qualquer edição nacional.
Lacuna colmatada a partir de agora com a edição de ‘Os Cães Ladram Facas’ – título sublime –, uma antologia poética seleccionada, organizada e prefaciada pelo escritor Valério Romão, a partir das suas quatro dezenas de livros de poesia, e traduzida por Rosalina Marshall. É aqui que se encontra o universo de Bukowski de forma mais depurada, nesta escrita crua onde o outro lado da vida dos deserdados e deixados à margem surge na sua rudeza mais brutal e violenta. Não é para todos e, sobretudo, não é politicamente correcto. Mas é genial!
Livro
OS PASSOS NA LAMA À BEIRA DO ABISMO
Primeiro romance do húngaro László Krasznahorkai, "mestre do apocalipse" para Susan Sontag e habitual colaborador do cineasta Béla Tarr, ‘O Tango de Satanás’ é uma experiência hipnótica que, página a página, nos vai subjugando numa húmida e viscosa teia existencial de contornos indefinidos e sem fuga.
Filme
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA OFICIAL DO MITO
Este não é propriamente um filme de autor, com Bryan Singer a ser despedido a meio das filmagens, tal como não é a verdadeira história de Freddie Mercury e dos Queen, apenas a sua versão oficial, mas é um biopic que cumpre airosamente a sua função de perpetuar o mito de forma convincente e categórica.
Disco
ROCK PRIMITIVO, SUJO, SEXY E AUTÊNTICO
No seu primeiro disco em nome próprio Jon Spencer continua o fascínio pelos detritos da cultura pop, já antes atestado nos Pussy Galore, nos Boss Hog ou nos Blues Explosion, agora para, mais do que tocar rock’n’roll, o reanimar, aglutinando-os numa mecânica monstruosa sempre à beira do curto-circuito.
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