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Bocage: libertinagem em bom português

Nome maior da literatura é mais famoso pela poesia erótica e satírica.
João Pedro Ferreira 6 de Janeiro de 2019 às 12:30
Bocage
Bocage
Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805) foi o maior poeta português do seu tempo e um dos maiores de sempre, a par de Camões e de Fernando Pessoa.

Natural de Setúbal, era filho de um magistrado caído em desgraça na sequência de uma acusação de desvio de dinheiros públicos. Como parte da sua formação de oficial da marinha, Bocage embarcou para a Índia em abril de 1786, passou pelo Rio de Janeiro e viveu em Goa. Em 1789 desertou para Macau.

Regressado a Portugal em 1790, aderiu ao grupo de poetas da Nova Arcádia, adotando o pseudónimo de Elmano Sadino.

Publicou o seu primeiro livro de ‘Rimas’ em 1791. A obra garantiu-lhe um lugar cimeiro na história da literatura portuguesa como poeta neoclassicista e pré-romântico, mas ganhou fama também como boémio e autor de poesias eróticas e satíricas. Simpatizante das ideias liberais, foi membro da maçonaria (com o nome simbólico de Lucrécio).

O intendente da Polícia, Pina Manique, não tolerava dissidentes: em 1797 mandou prender Bocage na cadeia do Limoeiro (hoje sede do Centro de Estudos Judiciários, a escola na qual se formam os juízes e procuradores). Dali passou para a Inquisição, onde as condições de detenção eram mais brandas.

Bocage passou os últimos anos de vida numa casa arrendada no Bairro Alto (onde atualmente fica o nº 25 da Travessa André Valente). Ali escreveu muitos dos seus sonetos e ali morreu de um aneurisma da aorta, aos 40 anos, em 1805.
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