O Fado que os portugueses amam é a Amália. Para Amália, o seu fado foi amar e ser amada pelos portugueses. E pelos homens: muitos passaram pela sua vida
Não tenham ciúmes. Não tenham inveja. Não vale a pena quererem ser quem nunca o foi. A Amália é nossa. Só nossa. A diva nunca se entregou nos braços de um homem, com o mesmo amor e a mesma dedicação que deu à alma dos portugueses. Teve dois maridos de circunstância e muita corte. Mas nunca ficaram muito tempo. Amália era grande demais para uma relação simples. O seu coração já estava repleto de música, de público e de saudade. Não havia muito espaço para mais alguém.
Na implacável escala do tempo podemos encontrar algures por volta de 1940, o seu primeiro marido. Francisco da Cruz era um guitarrista amador que a acompanhava nos passos estreantes da vida artística. Da noite para o dia, a gaiata que vendia laranjas no cais de Alcântara, transfigura-se rapidamente num ícone musical e sexual. Não podia haver maior contraste. Quando antes era hostilizada e escorraçada, como gente do povo pobre, agora era amada e divinizada, como Deus maior na terra sofrida dos humanos. Depois de uma infância infeliz e sem história, Amália depara-se tardiamente com a volúpia do prazer. Afinal a vida não era só marchar de casa para o mercado e depois do mercado para casa a rezar para que houvesse um pouco de bacalhau que acomodasse melhor a fraqueza da sopa aguada. Havia todo um mundo de mistério e de insónias para descobrir. Como se dizia então: “Adiantou-se”, “foi antes do tempo”.
Os pais, forjados na cepa rija do Fundão, com a dureza dos campos lavrada no rosto, não tiveram dó nem piedade. Alarmados pelos bons costumes foram chamados a pôr termo àquela vergonha, que manchava o bom nome da família. Qual artista, qual meio artista. Isto pode ser uma casa pobre, mas é honrada. A única saída é o altar. Amália não quer casar e tenta o suicídio. Impassíveis, os pais, que não tiveram problemas em deixar a filha com a avó logo a seguir ao nascimento, não se deixaram comover com gestos teatrais. A jovem cantadeira teve que casar.
Adorada e amada por multidões, o casamento de Amália Rodrigues com Francisco da Cruz dura apenas o suficiente para acalmar os ânimos da família. Já era uma vedeta nacional, quando dois anos depois mete os papéis para o divórcio amigável. Escândalo ainda maior.
‘ESCORRAÇADA’ PELA FAMÍLIA
A família volta à carga em defesa da honra perdida, colocando o problema com toda a clareza: ela era uma doida com uma pouca-vergonha que sujava o nome da família. Neste período, Amália chega a fazer ensaios para cantar na casa mais prestigiada de Lisboa: O Retiro da Severa. Os testes são um sucesso e a diva é convidada mas, com a pressão familiar, a cantadeira acaba por recusar o convite.
A tensão cresce e parte da família da avó chega mesmo a cortar relações com os pais, por não porem termo a tamanho dislate. Desta vez, o braço-de-ferro tem um final diferente. Amália está mais segura de si e a família menos convicta. E o casamento dá lugar ao divórcio – enorme sacrilégio numa Lisboa temente a Deus e à Grande Guerra que arrasa a Europa. Mas a amizade fica para sempre. Sempre que ia a Moçambique – para onde o ex-marido se muda – Amália visitava sempre o seu Francisco. Era tudo fácil de explicar.
A partir daí Amália dedica-se à carreira. Nada como estar ocupada para esquecer os desgostos de amor. E a carreira retribui a dedicação com um sucesso à escala mundial. O talento natural e instintivo da cantadeira absorve-a por inteiro. A diva tira as suas conclusões pessoais. Não quer voltar a sofrer. Sofreu demais na infância. Tem excesso de fatalismo no sangue para ser derrotada pelo coração. Prefere relações que não lhe compliquem a vida. É preferível ser amada por uma multidão, do que por um marido resmungão e controlador. Amália Rodrigues abdica de ter um casamento e de ter filhos. “Nunca senti o apelo da maternidade”, confessa muito mais tarde.
A verdade é que Amália tinha um problema com os homens. Nunca sabia bem se andavam atrás da mulher ou do mito. “Ao primeiro mês tinha já gente muito importante atrás de mim. Foi um aborrecimento e uma complicação. Eles faziam-me a corte e eu não era capaz de dizer que não gostava deles. Arranjava umas desculpas que lhes davam sempre uma margem para avançarem mais. Não era capaz de dizer: ‘Eu não gosto de si’. Para não os deixar assim tão mal, inventava histórias, fazia uma série de aldrabices”. O que levava a episódios caricatos: “Em certa época eu ia sempre almoçar ao restaurante ‘Negresco’ e chegava à porta e via quatro ou cinco pessoas, em mesas diferentes, com quem eu tinha combinado almoços. Vinha-me embora e depois dizia que me tinha enganado na hora e que tinha ido lá mais cedo”.
Amália passa a “idade fértil” sem relações duradouras. Anos mais tarde, já com 41 anos de idade, faz uma concessão aos seus ditames mais rigorosos. Cansada da itinerância da carreira musical ou simplesmente curiosa pela vida familiar que todos levam, experimenta assentar um pouco. Anuncia que vai deixar o mundo do espectáculo, que fica no Brasil e que casa com o engenheiro César Seabra. O desespero dos fãs não dura muito tempo. Um ano depois, quando a ilusão do conto de fadas se esvanece, Amália deixa o marido para se entregar ao seu amor fiel de sempre: a música e o público.
Numa das suas últimas entrevistas, ao “Expresso”, esboça uma explicação: “O César era muito boa pessoa. Só que não tínhamos nada, nada, nada de parecido... Fala-se tanto da felicidade, mas a felicidade o que é? Não se pode meter uma vida toda numa palavra”.
FATAL COMO O DESTINO
No amor de Amália existe uma imensa tristeza, um fatalismo de romance, que lhe dava alma ao canto, mas que lhe ensombrava a vida privada. A questão é simples: Será que existiria uma Amália se ela vivesse embrulhada nos afazeres de uma família tradicional? Ela sabia o que queria. O que é talvez o maior atributo de inteligência que qualquer um possa ter. E o amor degenera, mais uma vez, numa grande amizade. César Seabra visita-a amiúde, muitas vezes fazem vida de casal e ele resolve uma boa parte dos trabalhos administrativos. Quando, em 1997, o engenheiro morre, Amália tem uma das depressões mais profundas.
E os amores? Um manto de silêncio protege quem ama. Por vontade dos mais próximos, a verdadeira história nunca será contada. Os inimigos nunca a conheceram verdadeiramente, os amigos continuam a amá-la. Amália era discreta e raramente se fazia acompanhar em público das suas companhias privadas. Não queria que o seu amado público rivalizasse com um qualquer amado.
Mas correram rumores. Falou-se muito do ex-rei Humberto de Itália, exilado em Portugal durante a II Guerra Mundial, ou ainda do ‘playboy’ internacional Porfirio Rubirosa, o mesmo que passara pelo leito de Zsa Zsa Gabor e Ava Gardner. Mas, na verdade, nada se sabe.
Ricardo Espírito Santo é outro dos nomes de que se falou. O banqueiro tentou fazer dela uma obra-prima, levou-a a museus e a concertos em todo o lado. Mostrou-lhe o mundo da arte e enriqueceu-a.
Também Anthony Quinn o fez. Andava o actor a tropeçar por uma certa Paris, caminhando desalentado, quando passou por uma montra e, como num milagre, um rosto iluminou-lhe a alma. Era Amália na capa de um disco. Quinn levou dois ou três discos para o hotel e ficou doente. A depressão passou e a paixão ficou. Numa das voltas do mundo, algures no México, foi atrás de Amália. Levou um projecto de filme para os dois, mas era mais conversa. Quinn queria fazer-lhe a corte.
As más línguas contam também que da casa de Amália, na Rua de São Bento, em Lisboa, até à residência oficial do primeiro-ministro – distam não mais de 200 metros por zonas de traseiras de prédios urbanos - haveria um túnel secreto que ligaria a política à música. Amália chegou a confessar que, na adolescência, teve Salazar por príncipe ideal. E contou que, quando o conheceu, tinha 29 anos e trazia um lastro de fama parisiense. Lembra-se que vestia um fato de saia e casaco preto e levava umas martas. “Eu só enrolava as martas, até que lhe disse: ‘Senhor Presidente, mande-me embora, que eu já quase não tenho bichos.’ E ele depois disse ao António Ferro: ‘Gostei de conhecer a criaturinha’”.
O ‘PREFERIDO’
Mas havia assumidamente um homem no coração de Amália e respondia pelo nome de Alain Oulman. Em 1962, Amália conhece o aristocrata da música. E a sua vida muda: “O Alain foi o nascer duma artista completamente diferente, porque não só a música dele era formidável, era mesmo ao meu feitio. Eu estava à espera daquela música. Não é que estivesse à espera, mas a minha maneira de cantar estava à espera daquilo. E aquilo satisfez plenamente o eu poder alargar-me, e poder dizer bem as frases, aquelas frases bonitas, dar a força que elas tinham”. Uma reviravolta: “E depois não foi só isso, cultivei-me um pouco com ele, porque cantei os poetas todos, desde o século XII e XIII, ao Camões e todos os poetas bons. Eu cantei os poetas por causa do Alain”. Curiosamente, quando Amália regressa da experiência frustrada do casamento com o engenheiro César Seabra, está na sua melhor forma.
A década de 60 há-de ver alguns dos seus melhores êxitos. Mas é sobretudo quando Amália mais se identifica com o seu fado. A diva está mais madura. O descanso faz-lhe bem, mas Alain Oulman faz-lhe ainda melhor. Filho de um grande industrial lisboeta, vivendo num palácio do Dafundo, ele era mais do que um músico: era um cidadão politicamente activo nos conturbados anos da ditadura, da guerra colonial, da PIDE, da censura e de todas as coisas que passavam ao lado do reduto higienizado da diva. Para se ter uma noção da importância de Oulman, basta dizer que quando a PIDE um dia o prendeu sob a acusação de comunismo, foi o presidente francês Charles de Gaulle quem telefonou a pedir a sua libertação. Também Oulman se apaixona completamente pela intérprete dos seus fados. Casado, com filhos, nunca se soube quais foram os limites desta paixão artística.
Mas Amália amou. E teve o seu grande amor. Esse afortunado chamava-se Eduardo Riciardi. Mas o romance de conto de fadas, não deu certo. Muitos anos mais tarde, Riciardi voltou para visitar Amália. No final do encontro, ela sentiu-se aliviada. Virando-se para os seus próximos, disse: “Não senti nada”.
Para nossa sorte, Amália Rodrigues preferiu dedicar a sua vida ao seu público. Nós ficámos a ganhar. Alguém deve ter ficado a perder.
Retratos da vida privada
Amália deitava-se ‘cedo’: nunca antes das seis da manhã. Mesmo nas últimas semanas de vida. Pelo que o dia começava sempre depois das três da tarde. Amália demorava-se por entre as centenas de jóias e os milhares de vestidos que lhe preenchiam a antecâmara do quarto e os dois enormes quartos de vestir. Depois ia a Monsanto saltar vedações e trepar paredes, e para fanar umas folhas de eucalipto e umas florzitas. A Câmara Municipal de Lisboa, para manter as aparências ou convencida que ia agradar à diva, passou a mandar uma coroa de flores todos os dias. Mas o arranjo não substituía a liberdade. E Amália continuava a ir para Monsanto fazer de gaiata bravia e livre.
Os passeios pelo campo eram intervalados por ‘excursões’ organizadas pela corte lá de casa - Lilly, a secretária; Cortizo, a enfermeira; e Eugénia, a modista. Amália não ia muito à missa, mas gostava daquela romaria caseira. O ritual religioso era feito numa pequena igreja da rua do Sacramento, ao Largo do Carmo, onde recebia uma missa privada. Às vezes ela participava no cerimonial.
Quando a noite caía, começava uma intensa vida social. Mesmo nos últimos anos de vida, visitava e recebia visitas noite dentro. Cantavam, conversavam, contavam anedotas, bebiam e fumavam. Amália exagerava: chegava a queimar seis maços de cigarros extra-longos por dia.
Para animar ainda mais toda esta agitação, era hipocondríaca. Ao mínimo sinal de dor e lá ia a enfermeira fazer o electrocardiograma da praxe e medir a tensão. Nunca era nada, mas a Cortizo deixava sempre a dúvida no ar. De maneira que acabavam todas a passar a noite no Hospital Particular. Dizem os mais próximos, que era a enfermeira a manobrar para manter o seu ascendente sobre a diva. Era sempre uma animação.
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