É cada vez mais na puberdade que se cava o caminho da anorexia. A fuga à comida torna-se modo de vida
Em frente ao espelho, Vera Oliveira vislumbrava uma imagem bem diferente daquela que o mundo conhecia. O corpo, então marcado pela violência de uma doença sem nome, denunciava desde os dois anos e meio sinais de distúrbios alimentares que a ausência de uma estrutura familiar não permitiu refrear; é um dos casos de anorexia nervosa infantil, uma realidade cada vez mais frequente na sociedade actual.
Por cá, a Associação de Pais e Amigos dos Anorécticos e Bulímicos recebeu em 2009 um pedido de ajuda por dia. Também a Academia Americana de Pediatria alertou para o aumento de 119% nos internamentos de crianças com menos de 12 anos, entre 1999 e 2006. É uma doença com muitos rostos. O mais falado nos últimos dias não teve final feliz: Isabelle Caro, a manequim francesa que deu a cara (e o corpo) pela mais chocante campanha de alerta contra a anorexia morreu com 28 anos e 31 quilos mas começou na infância a luta contra o peso. E contra a vida.
A MELHOR AMIGA
De acordo com Daniel Sampaio, coordenador da Consulta de Doenças do Comportamento Alimentar no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, "a anorexia nervosa infantil ocorre normalmente nas raparigas entre os 7 e os 12 anos". Vera não foi excepção. "Com dois anos e meio já quase não comia mas a doença manifestou-se de forma mais intensa aos 15 anos, numa fase de revolta com o meio familiar. Quando tinha de almoçar na escola rasgava as senhas e dizia que as tinha perdido, em casa trancava-me na casa de banho durante as refeições. Tornei-me agressiva, fria e revoltada".
Num momento de lucidez, Vera soube que algo estava errado. "Quando passei para o 10º ano apercebi-me de que não estava bem. Tomei vitaminas e passei dos 26 para os 45 quilos. Mas em momentos difíceis a fuga era a não-ingestão de alimentos". As palavras duras que tantas vezes escreveu no diário revelavam uma alma dona de um ódio sem tamanho contra o que as suas carnes simbolizavam. Dos 18 aos 24 anos entrou num processo de autodestruição que teve numa tentativa de violação a desculpa ideal para perder peso.
"Nesse momento jurei que não queria ser mulher, ter corpo e formas femininas. Então passei a comer uma maçã, às vezes nem isso, bebia chás laxantes e vinagre para me queimar por dentro. Era uma sensação de superioridade o facto de conseguir controlar a fome nesse meu mundo, onde ninguém entrava nem me magoava". Mas chegou ao momento em que não comer deixou de ser suficiente. "Comecei a mutilar-me: queimava-me com cigarros e cortava-me. Enquanto o fazia não sentia a dor, apenas alívio. Vivia em função da doença que era a minha melhor amiga. Ela ouvia-me".
Foi internada várias vezes no Hospital de S. João, no Porto, onde não encontrou companhia para a solidão mas graças à compaixão de uma amiga encontrou um atalho no Centro de Tratamento Internacional Villa Ramadas. Hoje tem 28 anos e aprendeu a controlar o problema. Para Eduardo da Silva, director-geral do Villa Ramadas, "a anorexia é a ponta do icebergue de um problema emocional mais profundo e complexo. Estas situações começam a ser diagnosticadas cada vez mais cedo em pessoas mais jovens".
‘Inês’ (nome fictício), hoje com 20 anos, contabiliza os gramas de gordura sem precisar de calculadora. Habituou-se a ser perfeita. Primeiro nas notas, logo na escola primária, depois, no atletismo de alta competição – desporto onde é federada. Nada podia falhar. Tinha de chegar primeiro à meta mas não contava com um adversário de peso na sua saúde: uma anorexia nervosa que começou aos 12 anos e que persiste. Os atletas são vítimas fáceis destes transtornos, quando associados a demais factores psicológicos. Mas ‘Inês’ continuou a batalhar e conseguiu entrar em Medicina perto do 20. Continua a não comer mas está agora a ser acompanhada por uma equipa de médicos a quem diz que sabe que tem de comer mas que não come. ‘Por que não comes, ‘Inês’?’ – perguntaram-lhe na primeira consulta. Ela respondeu: ‘Como tenho muito que estudar, esqueço-me que tenho de comer’. Por fim, admitiu: ‘No fundo, não quero comer’.
QUERO SER COMO ELE
Nas consultas da pedopsiquiatra Maria de Lurdes Candeias, no Hospital de Dona Estefânia, sentam-se todos os dias crianças e jovens com diferentes problemas alimentares mas "apenas entre 0,5 a 2% destes casos são patológicos". Em média o hospital recebe "entre 14 a 34 novos casos por ano". A pedopsiquiatra alerta que não são apenas os diagnósticos de restrição alimentar que podem conduzir a uma anorexia "mas também os de bizarria alimentar – comer coisas estranhas, como giz, terra e papel – e os de selectividade alimentar (só comer determinado alimento)".
Até porque, garante, "mais de 50% das alterações de comportamento alimentar que não são anorexia mais tarde conduzem a situações de anorexia". As causas que explicam os transtornos são múltiplas. Entre elas a vulnerabilidade genética mas também uma série de factores sociais, como a fixação em modelos da televisão. "Há escolas em Lisboa onde existem grupos que rivalizam entre si para ver quem são os mais magros", partilha a especialista. Em linha de conta entram também factores familiares e psicológicos. "Muitas vezes são crianças com traços de personalidade obsessivos e perfeccionistas, que têm uma grande necessidade de controlo".
Ao consultório estes doentes chegam magros, com alterações de tensão arterial, pouco pulso, frio, cabelo quebradiço, tristeza e anemia. Normalmente o que as leva ao médico é o isolamento e a diminuição do rendimento escolar". É uma luta difícil. "Há uma resistência enorme em assumir a doença. Mas nas crianças, se for detectada nos primeiros meses, é mais fácil reverter". O tratamento também prevê o acompanhamento por parte de um nutricionista. "O primeiro passo é pôr em prática um plano alimentar que vai sendo alterado e discutido – mas o importante é definir rotinas", explica a nutricionista Inês Gil Forte.
‘Mariana’ não bebia mais do que o equivalente a um dedal de leite quando chegou ao consultório de Maria de Lurdes Candeias mas foi a falta de rendimento escolar – nela, que até então era boa aluna – que a levou à consulta. Tinha 13 anos. "Na segunda consulta perguntei-lhe o que comia e ela confessou que pouco ou nada. Aí começámos de facto a tratar o problema, que já se manifestava desde os 11 anos".
José Delgado só se apercebeu de que a sua filha ‘Maria’, então com 11 anos, sofria de anorexia quando a sua tristeza já não encontrava subterfúgios e o peso denunciava algo mais do que a má adaptação à nova turma. "Começámos a aperceber-nos de que ela andava triste, isolada e que estava bastante magra". O que havia começado por ser uma restrição a alimentos como doces e hidratos de carbono tomava proporções alarmantes.
"Chegou ao ponto em que não bebia água para não engordar. Para nós, enquanto família, foi uma situação de grande impotência, de muitas dúvidas. Foi então que encontrámos a Associação dos Familiares e Amigos dos Anorécticos e Bulímicos (AFAAB) e fomos a algumas reuniões de pais numa tentativa de encontrar apoio e respostas".
A doença atingiu o ponto mais delicado aos 13 anos, quando ‘Maria’, com cerca de 28 quilos, deixou de conseguir andar. "Foi o ponto de partida para o começo do tratamento". ‘Maria’, hoje com 22 anos, conseguiu recuperar a sua vida. "Não está curada mas está estável", revela o pai, também membro da direcção da AFAAB.
‘Cristina’ tem a mesma idade, o mesmo percurso, mas não a mesma realidade. O distúrbio alimentar que a acompanha desde os 12 anos ainda não a libertou. "Os primeiros problemas surgiram aos 12 anos, quando ela passou a recusar-se a comer. Na altura teve consultas com um psicólogo e, passados cerca de quatro meses, voltou a comer de tudo e a ter um crescimento e desenvolvimento normais", conta a mãe ‘Anabela’. Mas a situação voltou a agravar-se aos 17 anos. "Quando a doença começou a desenvolver-se era agredida verbalmente todos os dias. É como se o meu anjo de repente se tivesse transformado num demónio".
Os 45 quilos que a balança marcou durante dois anos diminuíram para 36 no Verão de 2009, o que a levou a ser internada no Hospital de São João. O isolamento total e o afastamento da família durante sete semanas foram períodos demasiado dolorosos para quem vive constantemente apavorado com a iminência de uma tragédia sem hora marcada. "Vivo apavorada, só durmo com ajuda psiquiátrica e acordo a chorar. É uma doença que destrói famílias. Por várias vezes pensei no suicídio. Nunca tive coragem de o fazer. Confesso que quando pensamos em férias me sinto constrangida de ir à praia com a minha filha pelo seu aspecto, que é feio", confessa, emocionada.
‘Esqueci a Ana’ passou por isso na primeira pessoa. É o nome de guerra de alguém que superou a doença – porque Ana é uma espécie de código para a anorexia e a mulher que atrás dele se esconde passou pela doença há 30 anos. Ouvimos a sua voz mas não lhe conhecemos cara nem idade. É daquela forma que a tratam todos aqueles que procuram ajuda e conselhos sobre a doença no seu blogue com o mesmo nome – que criou na internet na altura em que a doença matou uma pessoa que conhecia.
Décadas depois de ter "batido no fundo", não sabe em concreto as razões que a levaram à doença. Que a levaram a contar as calorias de um copo de água ou de uma espinha de uma posta de pescada. "Era uma espécie de jogo comigo própria onde podia mostrar que era capaz". Um jogo perigoso que muitos não conseguem deixar de jogar.
BLOGUES PRÓ-ANOREXIA DEFENDEM QUE A DOENÇA É UM ESTILO DE VIDA E UM DIREITO
"20 anos, Lisboa, Estudante Universitária. Acredito que posso ganhar controlo. Controlo sobre mim, sobre o meu corpo. Quero moldar-me à minha imagem e nunca mais cair no desespero de ser um saco de carne disforme e inútil. Objectivo actual: 45kg. Peso actual: 48kg". É o perfil de um blogue português que se assume pró-Ana (a favor da anorexia) – faz parte de uma ‘família’ na internet que defende que o transtorno alimentar é um direito. Contam calorias, orgulham-se do número de dias sem comer, partilham estratégias para furar o controlo dos pais.
"Anorexia é um estilo de vida e não uma doença. Se é contra esse estilo de vida te aconselho a fechar esta página", escreveu Mih, uma brasileira de 15 anos. Num outro, o lema não podia ser mais claro: "Emagrecer é preciso, viver não é preciso" e "O que me alimenta destrói-me". Em França foram proibidos e nos EUA começa a surgir uma corrente contrária: blogues que se assumem terroristas da anorexia e que deixam mensagens como "Ama o teu corpo tal e qual como ele é".
DOENÇA AFECTA CRIANÇAS BIOLOGICAMENTE VULNERÁVEIS
De acordo com Daniel Sampaio, não devemos confundir a anorexia com a anorexia nervosa infantil, já que a primeira diz respeito "à falta de apetite que pode aparecer associada a várias doenças". Por sua vez, "as crianças com anorexia nervosa revelam grande preocupação com a imagem, gosto em fazer dietas". Sendo esta uma doença "com uma base genética e que, por isso, afecta as crianças biologicamente vulneráveis", os pais devem estar atentos e procurar a ajuda de um pedopsiquiatra.
Para tentar diminuir o risco de desenvolvimento desta doença "os pais devem garantir que as crianças tenham uma educação alimentar, com cinco refeições por dia". A psicóloga clínica Sofia Nunes da Silva corrobora e acrescenta: "Os pais não podem desvalorizar os sintomas".
NOTAS
PORTUGAL
Associação dos Familiares e Amigos dos Anorécticos e Bulímicos recebe, em média, um pedido de ajuda por dia.
AUSTRÁLIA
Na Austrália, a Universidade de Sydney detectou o crescimento de novos doentes em 50% em 2009.
INGLATERRA
Em Inglaterra, entre 2004 e 2008, aumentaram 10% os casos de crianças anorécticas com menos de 10 anos.
MORTE
Segundo o The Renfrew Center Foundation, 20% dos anorécticos morre prematuramente.
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