Álvaro Santos Pereira quer Banco de Portugal na rua

Novo governador anuncia mudanças no funcionamento do regulador bancário.

07 de outubro de 2025 às 01:30
Álvaro Santos Pereira Foto: Mariline Alves/Medialivre
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Os trabalhadores vão ser ouvidos, os diretores e diretores-adjuntos serão escolhidos por concurso e  de três em três meses o regulador estará numa região do país para ouvir as populações e as empresas. Estas são algumas das mudanças que o novo governador quer imprimir no Banco de Portugal. Álvaro Santos Pereira tomou posse esta segunda-feira sucedendo a Mário Centeno.

"Vamos auscultar os trabalhadores e dirigentes para sabermos se a atual estrutura do Banco é adequada" e introduzir concursos para as contratações de diretores e diretores-adjuntos, para aumentar a "transparência e promover a meritocracia", anuncio na cerimónia de tomada de posse, no Museu do Dinheiro, com a presença do ministro das Finanças, e do ex-governador Mário Centeno. 

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Por outro lado, o "Banco irá estar mais presente e mais ativo no território nacional", garantiu Álvaro Santos Pereira, anunciando visitas trimestrais a uma região do País para debater a situação económica e financeira com populações, empresas e representantes da sociedade civil. Para além destas mudanças, o novo governador quer reforçar a área de estudos da instituição, nomeadamente "sobre o impacto das grandes tendências que irão condicionar e impactar as nossas vidas e políticas, tais como o envelhecimento da população, a inteligência artificial, o impacto das alterações climáticas e as exigências da transição energética, ou o baixo crescimento da produtividade". 

Álvaro Santos Pereira garantiu ainda que irá reforçar a cooperação com outras entidades "para combater a fraude digital, que tende a afetar desproporcionalmente os mais vulneráveis na nossa sociedade". 

Dinheiro disponível 

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 Álvaro Santos Pereira quer que todos os portugueses tenham facilmente acesso a dinheiro, ou seja, através das caixas automáticas. Para isso, afirmou esta segunda-feira na cerimónia de tomada de posse, que os bancos devem manter "um investimento adequado na infraestrutura de distribuição de numerário em todo o território nacional". Recorde-se que há muitas freguesias sem Multibanco e, por vezes, têm de ser as juntas a garantir estes equipamentos.  "Devemos assegurar que o numerário permanece facilmente acessível a todos os portugueses", afirmou. 

Preço das casas é preocupante

O Banco de Portugal vai continuar a acompanhar "muito de perto  a evolução do mercado imobiliário e o seu impacto nas vidas das famílias e na estabilidade financeira", garantiu esta segunda-feira o novo governador, para quem a enorme subida de preços no setor imobiliário é um fator de preocupação.  Para Álvaro Santos Pereira, "é preciso fazer mais, muito mais, para desbloquear os constrangimentos da oferta de casas", nomeadamente ao nível das autarquias.  "É importante recordar que, no início dos anos 2000, eram construídas cerca de 50 mil casas em Portugal. Nos últimos anos, têm-se construído somente 15 mil fogos", alertou.

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