Juros dos depósitos abaixo da inflação

Remuneração cai abaixo dos 2% e já não compensa a inflação prevista pelo Governo para este ano.

06 de março de 2025 às 01:30
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A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares caiu em janeiro abaixo dos 2%, pela primeira vez desde agosto de 2023, somando o 13.º mês consecutivo de descidas. Baixou de 2,16%, em dezembro, para 1,98%, em janeiro, segundo dados do Banco de Portugal.

Os depósitos a prazo são tradicionalmente o instrumento de poupança mais popular, e o facto de a remuneração ter encolhido não impediu os portugueses de investirem mais 1416 milhões de euros nestes produtos em janeiro, totalizando 13 087 milhões de euros. Contudo, o ganho esperado com a poupança já nem sequer compensa a inflação prevista pelo Governo para este ano (2,3%).

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Nos novos depósitos com prazo até um ano, a taxa de juro média diminuiu 0,19 pontos percentuais, para 1,99%. “Esta continuou a ser a classe de prazo com a remuneração média mais elevada e representou 97% dos novos depósitos em janeiro”, refere o supervisor. Já nos prazos de um a dois anos, a remuneração média dos novos depósitos baixou 0,13 pontos percentuais, fixando-se em 1,63%. Em sentido oposto, a taxa média dos novos depósitos a mais de dois anos aumentou 0,21 pontos percentuais, para 1,46%. Face a esta evolução, Portugal é o quinto país da Zona Euro onde os depósitos têm piores remunerações.

No caso das empresas, a remuneração média dos novos depósitos a prazo baixou de 2,66%, em dezembro, para 2,44%, em janeiro. Estas novas operações totalizaram 9175 milhões de euros, menos 825 milhões de euros do que em dezembro.

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