BCE sem pressa para baixar juros

O governador do Banco de Portugal afirmou esta quarta-feira, numa entrevista à Bloomberg, que o Banco Central Europeu não precisa ter pressa em baixar mais as taxas de juro. Para Mário Centeno é preciso ter cautela, tendo em conta, nomeadamente, as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos e o impacto que podem ter na inflação.

O recuo da inflação para 2%, a meta da inflação definida pelo BCE, é uma “grande notícia” destacou o governador, à margem da conferência, que terminou ontem em Sintra.  Um valor que terá sido obtido exatamente esta semana para a zona euro, tendo sido destacado pela própria presidente do BCE, Christine Lagarde, mas sem promessas de novos cortes nas taxas. Recorde-se que os juros já sofreram oito cortes, o último dos quais em junho. A taxa de depósitos fixou-se em 2%, o nível mais baixo desde o início de 2023.

Quanto ao que seguirá, o governador diz que o BCE deverá estar atento. "Precisamos de ver os dados e os desenvolvimentos", referiu Mário Centeno, à margem da conferência anual do BCE em Sintra. "Não significa que tenhamos de nos apressar".

É preciso ir acompanhando a situação  e monitorizar "todos os números possíveis das economias da Zona Euro. Ainda segundo Mário Centeno. "Se descermos um pouco em termos de crescimento, isso impacta sempre na sustentabilidade da inflação de 2%", afirmou, acrescentando que os dados do produto interno bruto (PIB) do segundo trimestre serão "cruciais" para tomar decisões mais acertadas, segundo o Negócios.