Bens penhorados à venda a partir de um cêntimo

As fotografias dos dois automóveis, matriculados em 1991,  não deixam margem para dúvidas: são praticamente sucata. Não é de estranhar por isso, que o preço base atribuído seja apenas de um cêntimo. Eles integram a lista de bens que caíram nas malhas do Fisco e que já estão preparados para o leilão eletrónico, um dos mecanismos usados para recuperar dívidas de contribuintes. 

A listagem da Autoridade Tributária conta, neste momento, com cerca de três centenas e meia de bens penhorados, de onde se destacam as mais de duas centenas de imóveis, o mais caro dos quais tem um valor base de 1,7 milhões de euros. Trata-se de um armazém na Gafanha da Nazaré (Aveiro) que está com a venda suspensa. Acima de um milhão, só se encontra mais um imóvel, um terreno para construção na freguesia de Canidelo (Vila Nova de Gaia) com uma área total de 10422 metros quadrados, com preço base de 1 196 650 euros. 

Para além de armazéns, encontram-se na lista de imóveis lojas e garagens em edifícios residenciais mas predominam os apartamentos e as moradias. Encontram-se ainda imóveis rústicos, apenas com vegetação, a partir dos três euros numa freguesia de Arouca, e outros preparados para culturas numa freguesia da Guarda, a partir de 561,72 euros. 

Entre os imóveis para habitação, encontra-se agendado o leilão de uma moradia em Oeiras, que tem o preço base fixado em 215 084,30 euros, e um apartamento em Portimão que vai à praça por 74 016,12. No entanto, este imóvel, à semelhança de outros, têm arrendamentos de longa duração ou mesmo vitalícios. 

Aliás, em todos os bens, a Autoridade Tributária aconselha os interessados a "proceder à verificação prévia da localização e estado do bem".  

Na lista de bens executados, encontram se ainda tripés de câmaras de vídeo e rodas de bicicletas, luvas de borracha ou pedras estando também para ser leiloado álcool a granel. Neste último caso, trata-se de um bem abandonados, guardado na Alfândega de Braga, e que tem um preço base de 560 euros.