BES fechou olhos a buraco da ESI

Banco de Portugal conclui que houve "prática de atos dolosos".

01 de maio de 2015 às 00:30
BES fechou olhos a buraco da ESI Foto: Filipe Valente
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BES: Explicações do governador do Banco de Portugal são suficientes?

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BES: Explicações do governador do Banco de Portugal são suficientes?

O Banco de Portugal não tem dúvidas de que houve "prática de atos dolosos de gestão ruinosa" na colocação de dívida do Grupo Espírito Santo e na manipulação de contas da antiga casa-mãe do Grupo Espírito Santo (GES). E garante que o BES tinha meios para detetar o buraco nas contas da Espírito Santo International (ESI).

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"Embora o BES estivesse na posse de informação suficiente para detetar desconformidades entre a situação reportada nas demonstrações financeiras e a verdadeira situação financeira e patrimonial, uma vez que o valor da dívida da ESI detida em custódia era substancialmente superior ao valor da dívida reconhecida nas próprias contas da empresa, não identificou, na realidade, qualquer desconformidade", lê-se no resumo enviado pelo regulador à comissão de inquérito.

O documento revela ainda que entre 2008 e 2013 foram feitos diversos lançamentos contabilísticos nas contas da ESI que conduziram, em 2012, "a uma diminuição (artificial) do passivo de 1,7 milhões" e a um consequente aumento dos capitais próprios no montante de 652 mil euros.

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Outro dado relevante da auditoria, que o CM tinha já avançado, mostra que a sociedade Eurofin, de Alexandre Cadosh e que o Banco de Portugal entende estar ligada ao GES, desde 2009 que encaixava mais-valias com a colocação e compra de dívida de empresas da família Espírito Santo. "O processo de emissão e colocação de obrigações próprias [GES] durante o primeiro semestre", lê-se, desencadeou "mais-valias de aproximadamente 787 milhões de euros, as quais foram apropriadas por veículos da Eurofin".

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