"Cedência de slots não põe em causa o negócio" da TAP, garante Pedro Nuno Santos

Segundo o ministro, a transportadora tem 300 slots diários, portanto trata-se de "um número reduzido".

21 de dezembro de 2021 às 21:45
Pedro Nuno Santos Foto: Lusa
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O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, garantiu esta terça-feira que a cedência de nove pares de slots no aeroporto de Lisboa, exigida pela Comissão Europeia, não põe em causa o negócio da companhia aérea

"A cedência [de slots] não põe em causa o negócio da TAP", afirmou Pedro Nuno Santos, em conferência de imprensa, em Lisboa, após a 'luz verde' de Bruxelas ao plano de reestruturação da companhia aérea.

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Segundo o governante, a transportadora tem 300 slots diários, portanto trata-se de "um número reduzido".

Empresa deverá procurar parceiros para sobreviver no mercado global da aviação

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ministro das Infraestruturas considerou que a TAP deverá procurar parceiros no futuro, uma vez que defende que "no mercado global da aviação já não se sobrevive sozinho", e adiantou que há interessados.

"É para nós claro que num negócio altamente competitivo da aviação, uma companhia aérea não sobrevive isolada e, portanto, estamos a trabalhar para que a TAP possa vir a estar num grupo importante de aviação, porque essa é a forma mais sólida e consistente de conseguirmos a viabilidade", afirmou o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, em conferência de imprensa em Lisboa, após a 'luz verde' da Comissão Europeia ao plano de reestruturação da companhia aérea.

O governante disse, no entanto, que a privatização da TAP não está neste momento em cima da mesa.

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"No mercado global da aviação já não se sobrevive sozinho e a TAP deverá procurar parceiros e esse é um trabalho que será feito nos próximos anos", acrescentou Pedro Nuno Santos.

O ministro das Infraestruturas adiantou ainda que "há vários interessados, não em substituir a TAP em Lisboa - isto é muito importante - mas em ter uma cooperação e colaboração com a TAP".

A Comissão Europeia informou hoje que aprovou o plano de reestruturação da TAP e a ajuda estatal de 2.550 milhões de euros, impondo que a companhia aérea disponibilize até 18 'slots' por dia no aeroporto de Lisboa.

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"Hoje, na sequência da sua investigação aprofundada e dos comentários das partes interessadas e de Portugal a Comissão aprovou o plano de reestruturação proposto", indica o executivo comunitário em comunicado, especificando que "o plano de apoio assumirá a forma de 2,55 mil milhões de euros de capital próprio ou de medidas de quase-capital, incluindo a conversão do empréstimo de emergência de 1,2 mil milhões de euros em capital próprio".

Bruxelas explica que o aval de hoje surge após uma investigação aprofundada, iniciada a 16 de julho passado, para avaliar melhor a conformidade do plano de reestruturação proposto por Portugal para a TAP e do auxílio conexo, sendo que nesse mesmo dia a instituição "voltou a aprovar um auxílio de emergência de 1,2 mil milhões de euros a favor da companhia aérea, na sequência da anulação da decisão inicial do Tribunal Geral sobre o auxílio de emergência".

Aprovação do plano é "obviamente positivo para o futuro" da empresa, diz Miguel Frasquilho

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O ex-presidente do Conselho de Administração da TAP Miguel Frasquilho considerou, em declarações à Lusa, que a aprovação do plano de reestruturação por Bruxelas é, "obviamente, positivo para o futuro" da companhia aérea.

Miguel Frasquilho foi 'chairman' da TAP desde 2017 até meados deste ano.

"Conhecemos hoje que a Comissão Europeia aprovou finalmente o plano de reestruturação da TAP, um plano que tinha sido entregue há mais de um ano em Bruxelas, submetido pelo Governo no dia 10 de dezembro de 2020, um plano que foi também elaborado pela administração da TAP a que tive a honra e o privilégio de presidir, com o auxílio das dedicadas equipas da TAP e de todos os assessores", afirmou Frasquilho, quando contactado pela Lusa sobre o tema.

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"De facto, eram acertadas as sensações com que eu próprio tinha ficado no seguimento das interações que tivemos com Bruxelas, que a equipa da DGCom [Direção-Geral da Concorrência europeia] considerava o plano resiliente, sólido, conservador e credível", sublinhou o antigo presidente da operadora aérea portuguesa.

Este "é um resultado que me parece, obviamente, positivo para o futuro da TAP" e agora "falta o resto da implementação do plano até 2025", numa "conjuntura em que os desafios não param de aumentar", salientou Miguel Frasquilho.

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