Centeno destaca resposta positiva da política monetária na atual crise

Banco Central Europeu anunciou prolongamento de empréstimos avultados aos bancos até ao fim do próximo ano.

03 de julho de 2021 às 19:41
Mário Centeno, governador do Banco de Portugal Foto: Duarte Roriz
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O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, considerou este sábado que a política monetária permitiu a reação necessária na crise causada pela pandemia de Covid-19 e destacou o papel do Banco Central Europeu (BCE).

Centeno falava num debate do Fórum "Rencontres Économiques d'Aix-en-Provence", participando por videoconferência no painel "Até onde pode ir a intervenção dos bancos centrais?".

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No debate, o ex-ministro das Finanças salientou que a resposta foi "rápida e forte" e apontou também em paralelo o papel da Comissão Europeia ao aprovar um programa de relançamento económico.

"Temos de apoiar a economia enquanto for necessário", disse o governador do Banco de Portugal, destacando a "decisão importante" que o BCE tomou em dezembro passado, ao prolongar os programas de apoio à economia.

Nessa altura, o BCE decidiu em concreto um aumento de 500 mil milhões de euros no programa de compra de dívida destinado a aliviar o impacto da pandemia, ao mesmo tempo que deixou as taxas de juro inalteradas em mínimos que se têm mantido e devem continuar no próximo ano.

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O volume das compras de dívida de emergência do BCE devido à pandemia de Covid-19 atinge agora 1,85 biliões de euros, tendo a duração do programa sido prolongada pelo menos até março de 2022, quando estava previsto terminar em junho de 2021.

O BCE anunciou também um prolongamento da série de empréstimos avultados e em condições favoráveis aos bancos até ao fim do próximo ano.

O objetivo desta medida é fornecer entre junho e dezembro de 2021 uma nova almofada de liquidez aos bancos que dela necessitem para facilitarem os empréstimos à economia real.

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Na sua breve intervenção, Centeno defendeu também que é importante combater as desigualdades e garantir apoio a todos os setores e destacou a importância de ter em conta as questões climáticas nas decisões de política monetária.

Em resposta a uma pergunta sobre a questão da independência dos bancos centrais, o ex-presidente do Eurogrupo salientou que ela "não pode ser posta em causa".

Num outro painel do mesmo Fórum, o gestor António Costa e Silva, que elaborou a pedido do atual Governo o documento que serviu de base ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), falou do investimento nas infraestruturas e elencou a importância para Portugal dos projetos ligados à rede ferroviária e às infraestruturas portuárias.

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Esta edição do Fórum "Rencontres Économiques d'Aix-en-Provence" começou na sexta-feira e termina no domingo.

Conta com mais de 50 sessões e debates que decorrem de forma presencial e por videoconferência, com intervenientes de vários países, abordando questões que como a capacidade de antecipar novas crises, o clima, a vacinação a nível mundial, a cooperação internacional ou a solidariedade internacional em tempos de pandemia.

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