Contas públicas acomodam desvio
945,4 milhões de euros de margem para falhas nos objetivos.
Mesmo com as "evoluções desfavoráveis" nas contas públicas, os técnicos da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) admitem que há "uma margem que permite acomodar alguns desvios": 945,4 milhões de euros de almofada financeira inscritos no Orçamento do Estado deste ano.
A UTAO revela, numa análise à execução das contas públicas até agosto, que da almofada orçamental já foram usados 159,9 milhões de euros, havendo agora uma margem para desvios de até 785,5 milhões de euros. Segundo o relatório citado pela Lusa, para serem cumpridos os objetivos do défice "será necessária a continuação da trajetória de convergência da variação homóloga em cerca de 600 milhões", nos últimos quatro meses do ano.
Do lado da receita os técnicos que prestam apoio ao Parlamento notam o aumento da receita com impostos, que subiu face aos mesmos oito meses de 2014, mas contudo a um ritmo que não convence. A UTAO estima que "para se atingir o objetivo anual estabelecido, a receita fiscal terá de crescer a uma taxa homóloga de 5,2%, entre setembro e dezembro". É o equivalente a "mais cerca de 800 milhões de euros que o total de receita obtida no mesmo quadrimestre de 2014", alerta a UTAO, notando que o dinheiro orçamentado para despesas com pessoal – inclui salários – pode não ser suficiente.
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