Crescimento mundial apoiado pelos EUA e pela vacinação contra a Covid, aponta FMI

Instituição aponta para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial de 6% este ano (mais 0,5 ponto percentual em comparação com a projeção de janeiro) e de 4,4% para o próximo ano (mais 0,2).

06 de abril de 2021 às 16:31
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A economia mundial está a recuperar mais depressa do que o previsto da pandemia, estimulada pelo crescimento norte-americano e pela vacinação, indicou esta terça-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI), manifestando preocupação com uma recuperação "a várias velocidades".

"Apesar da grande incerteza sobre a evolução da pandemia, vemos cada vez mais a saída desta crise sanitária e económica", considerou Gita Gopinath, economista-chefe do FMI.

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A instituição de Washington, que divulgou esta terça-feira as suas últimas previsões mundiais, por ocasião das reuniões de primavera, aponta para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial de 6% este ano (mais 0,5 ponto percentual em comparação com a projeção de janeiro) e de 4,4% para o próximo ano (mais 0,2).

Para os Estados Unidos, que recentemente adotou um plano de relançamento económico de 1,9 biliões de dólares, as projeções de crescimento para 2021 e 2022 são de 6,4% (mais 1,3 pontos) e de 3,5% (mais 1 ponto).

A primeira economia mundial está a ganhar vigor graças a uma campanha de vacinação acelerada, o que lhe tem permitido aliviar as restrições nos setores da restauração, hotelaria e turismo.

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Os Estados Unidos são mesmo "a única grande economia" cujo PIB em 2022 vai ultrapassar a previsão feita antes da pandemia, sublinha o FMI.

Se o FMI saúda o impacto positivo do crescimento norte-americano no mundo, também observa uma recuperação "a várias velocidades", com "muitos países" a não atingirem o nível anterior à pandemia antes de 2023, quando a China já regressou a esse nível em 2020.

O Fundo reconhece que ainda há muita incerteza em torno das suas previsões e que estas podem ser melhores, se a campanha de vacinação acelerar a nível mundial ou piores, se a pandemia se prolongar com o aparecimento de novas variantes do coronavírus.

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O FMI também disse ser favorável à imposição de uma taxa de imposto mínima para as empresas a nível internacional, um dia depois de um apelo da administração norte-americana nesse sentido.

Os governos estão confrontados com uma evasão fiscal em grande escala e com a transferência de dinheiro para paraísos fiscais, o que preocupa o FMI, porque reduz a base de incidência fiscal que permite "aos governos terem recursos para fazer as despesas sociais e económicas necessárias", explicou Gita Gopinath.

"Somos, portanto, muito favoráveis a um imposto corporativo mínimo geral", acrescentou.

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Gita Gopinath também apontou a existência de uma tensão social e económica "extrema" a nível global e advertiu para as divergências devido ao ritmo díspar de vacinação.

"Após um ano de pandemia de Covid-19, a comunidade mundial ainda enfrenta uma tensão social e económica extrema à medida que aumenta o número de vítimas e quando milhões de pessoas continuam desempregadas", disse, na conferência de imprensa de apresentação do relatório sobre as "Perspetivas Económicas Globais".

Nesse sentido, a economista-chefe do FMI considerou "fundamental" que se avance na resolução de tensões comerciais e tecnológicas no mundo, como as existentes entre China e Estados Unidos.

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