Crise termina para banqueiros nacionais
Número de gestores a receber mais de um milhão de euros duplicou desde 2011 e já ultrapassou nível pré-troika.
O número de banqueiros a ganhar mais de um milhão de euros por ano em Portugal duplicou entre 2012 e 2015 e já ultrapassou o valor registado antes da intervenção da troika no País.
Em 2015, 14 banqueiros portugueses levaram para casa um salário anual médio equivalente a mais de 2700 salários mínimos: 1,52 milhões de euros. Nesse ano, os banqueiros portugueses recuperaram do rombo da crise, que tinha feito o número de ordenados milionários no setor cair de 13 em 2010 para sete em 2012. O rendimento destes gestores portugueses está abaixo da média europeia (1,98 milhões de euros) e caiu quase 30% em comparação com o salário de 2014: 2,26 milhões, em média.
Apesar de elevado face ao ordenado médio nacional, este vencimento está longe da média paga na Bélgica, onde 18 banqueiros levaram para casa, em média, 5,8 milhões num ano.
De acordo com os dados da Autoridade Bancária Europeia publicados este mês, o Reino Unido está em destaque. Oito em cada 10 banqueiros milionários estão naquele país: são 4133. Mas os números não são animadores para outras geografias. França viu cair praticamente para metade o número de banqueiros com rendimento superior a um milhão de euros. São, segundo os últimos dados, 178, quando em 2010 eram quase 300. Apesar de menos expressiva, Espanha também registou uma queda: perdeu sete banqueiros milionários.
Entre os países intervencionados pela troika, a Grécia perdeu um banqueiro milionário em 2011 e só tem um nome na lista. Já a Irlanda viu crescer a lista de 21 para 26 entre 2011 e 2015.
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