Esperadas milhares de pessoas de norte a sul do País em manifestação pela habitação
Últimos protestos aconteceram em setembro em diferentes cidades.
"Ainda hoje falei com uma mulher que vive com a filha e que, para além do aumento de quase 7% obrigatório na renda, o senhorio pretende cobrar mais 60%, pois o contrato é anual", é a história que conta ao CM Vasco Barata, porta-voz do movimento que organiza a manifestação pela habitação que sai este sábado à rua. São esperadas milhares de pessoas, de norte a sul do País, em perto de 20 cidades.
"Esta manifestação não é dos partidos políticos porque o problema da habitação continua e só pode piorar sem medidas concretas", explica o ativista.
Os últimos números do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que a taxa de juro implícita nos contratos de crédito à habitação atingiu em dezembro o valor mais elevado desde 2009, ao bater nos 4,593%, mais 6,9 pontos-base do que no mês anterior. A prestação média chegou aos 400 euros, mais 101 euros do que no ano anterior, valor nunca antes registado desde 2009. Em todo o ano passado, a taxa de juro média anual chegou aos 3,612%, enquanto em 2022 era de 1,084%.
No arrendamento, o cenário repete-se. Os últimos dados do INE revelam que, no terceiro trimestre de 2023, a renda mediana dos novos contratos disparou 10,5% em relação a 2022.
Vasco Barata diz que com a manifestação pretende-se que "que no próximo ciclo eleitoral haja medidas concretas para combater a crise no setor". Aliás, em todos os programas de Governo dos partidos têm surgido medidas neste âmbito. BE, PCP e PAN confirmaram ao CM que vão estar no protesto.
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