Estudo ambiental viabiliza novo aeroporto no Montijo

Documento admite impactos para a fauna e flora, mas desvaloriza a sua importância.

09 de maio de 2018 às 08:33
Infraestruturas da Base Aérea 6 da Força Aérea no Montijo vão ser adaptadas para acolher aviões civis Foto: João Cortesão
Entrada da Base Aérea do Montijo Foto: Direitos Reservados
Na base aérea do Montijo vão coexistir atividades militares e civis Foto: Bruno Colaço
Base aérea do Montijo Foto: Natália ferraz
Força Aérea, Base Aérea, Montijo, Mali, missão, ONU, Organização das Nações Unidas, política, defesa, questões sociais Foto: Mariline Alves

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O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para o futuro aeroporto do Montijo viabiliza o projeto, mas aponta alguns impactes na fauna e flora locais que a ANA - Aeroportos e Navegação Aérea considera pouco significativos.

Segundo o Jornal de Negócios, o relatório de avaliação ambiental aponta já os elementos mais significativos do projeto, que, segundo o administrador da ANA Thierry Ligonnière, "são a fauna (como as aves) e, em muito menor importância, a flora, que têm de ser olhados com mais pormenor do que as outras vertentes".

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"Sem surpresas no caso do Montijo", afirma o responsável citado pelo Jornal de Negócios, que acrescenta que o EIA conclui ainda por um "impacto pouco significativo na questão do ambiente sonoro" e não aponta situações onde os níveis ultrapassem os limites legais.

O EIA, que deverá ser entregue pela ANA ao Governo esta semana, recomenda a tomada de um conjunto de medidas que minimizem os impactes ambientais do futuro aeroporto em diversas áreas, entre as quais a fauna, a flora e o ambiente sonoro.

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Sobre a fauna (répteis, mamíferos, como os morcegos, e aves), os impactes que decorrem da atividade aeroportuária "estão identificados e são passíveis de serem reduzidos ou compensados", escreve o jornal.

Para tal, o estudo propõe medidas como a implementação de um programa de gestão de habitats que assegure que não há fontes de alimento para a avifauna, "em particular as espécies que comportam riscos mais elevados para a segurança aeroportuária".

A este nível, terão de ser feitos contactos com agricultores ou associações agrícolas para aplicar medidas que minimizem a atratividade da avifauna, sobretudo evitando o abandono de resíduos resultantes da atividade de pesca e apanha de marisco, ou campanhas de sensibilização das populações "para manter em bom estado de conservação os meios de deposição de resíduos".

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"A minimização da presença de pontos de água que funcionem como zona de atração de aves e um plano de gestão do controlo de risco com avifauna que passa pela Falcoaria, métodos sonoros e métodos visuais são também apontados como possíveis medidas de gestão do impacte", acrescenta o Jornal de Negócios.

Relativamente aos acessos rodoviários, a empresa que elaborou o EIA propõe a adoção de pavimento menos ruidoso no novo acesso à A12, assim como a construção de barreiras acústicas. É ainda recomendado um plano específico de isolamentos sonoros para recetores especialmente sensíveis, como é o caso das escolas.

"O projeto enumera as acessibilidades rodoviárias para captação e distribuição de tráfego com ligação à A12 (um conjunto de intervenções que preveem nós, restabelecimento da via, passagens inferiores e viadutos), sem ignorar o acesso sul/norte do tráfego proveniente da A13 e A33", acrescenta.

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Em termos de acessibilidades, prevê ainda a melhoria da estrada de acesso ao Cais do Seixalinho para o serviço fluvial de ligação a Lisboa e, a este nível, "não foram detetadas situações que produzam impactos negativos que não possam ser minimizados".

O EIA ainda terá de ser avaliado pela Agência Portuguesa do Ambiente e o relatório elaborado pela empresa que fez o estudo de impacte ambiental vai estar também em consulta pública durante 40 dias.

A entrega do EIA será o terceiro passo na direção do novo aeroporto, depois de em fevereiro de 2017 a ANA e o Governo terem assinado o memorando de entendimento e de, em outubro do mesmo ano, a concessionária ter entregado a proposta de construção da infraestrutura aeroportuária.

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