Faltam a tribunal para rezar

Arguidos não compareceram esta terça-feira perante o juiz.

20 de janeiro de 2016 às 09:53
20-01-2016_06_32_27 23 tribunal.jpg Foto: Bruno Colaço
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Mais de dez anos após o início da investigação, a primeira acusação da Operação Furacão chegou a tribunal. Mas dois dos 14 arguidos suspeitos de fraude fiscal, que lesaram o Estado em 57 milhões, não compareceram esta terça-feira perante o juiz. Justificação: foram a Santiago de Compostela, Espanha, em peregrinação.

O protagonista do processo, Diogo Viana, agora com 64 anos, terá criado uma empresa de serviços de consultadoria na Irlanda, em 1993, que providenciava faturas falsas aos clientes a troco de uma comissão.

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Com empresas de fachada sediadas em paraísos fiscais, entregava as faturas no valor que os clientes quisessem. Faturas apresentadas depois como despesas pelas empresas portuguesas para justificar menos lucros. Resultado: pagavam menos impostos, segundo o Ministério Público. Diogo Viana está acusado de 16 crimes, tal como Tiago Vaz Mascarenhas.

A investigação, que arrancou em 2005, levou à constituição de 759 arguidos em 149 inquéritos, entre os quais a atriz Marina Mota, o empresário Miguel Pais do Amaral ou o Casino Estoril. Nenhum destes chegou a tribunal porque entretanto pagaram os impostos em falta. As suspensões destes processos em troca da regularização fiscal rendeu aos cofres do Estado cerca de 142 milhões de euros.

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Ao fim de mais de dez anos de investigação, a cargo do DCIAP, foram acusadas 108 pessoas em cinco inquéritos - a maioria beneficiou da suspensão provisória do processo. Há ainda 5 processos sob investigação.

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