Governo quer botija de gás ao preço de Espanha

O Governo quer aproximar o preço da botija de gás em Portugal ao valor praticado em Espanha. Para isso, a secretaria de Estado da Energia prepara-se para declarar o interesse público das instalações de armazenagem de gás e conta com o interesse de dois concorrentes que querem entrar no mercado: o grupo Auchan, dos hipermercados Jumbo, e a espanhola Cepsa, apurou o CM. 

O grupo Auchan ainda não apresentou proposta oficial, mas o CM sabe que a Cepsa já deu início ao processo e conta começar a vender gás de botija em Portugal já em setembro.

A expectativa do Governo é de que a entrada dos novos concorrentes obrigue os comercializadores atuais (Galp, Repsol e Rubis) a baixarem os preços. A falta de dinamismo no setor é um problema já identificado pela Autoridade da Concorrência que nota que "desde a liberalização do setor (em 1990) registam-se apenas duas entradas relevantes".

Para mexer no mercado o Governo prepara a declaração de interesse público de instalações de armazenagem de gás. Na prática, todos os concorrentes passarão a ter acesso às duas principais instalações de armazenamento de gás em Portugal (a Sigás e a Pergás), algo que até agora estava vedado a três empresas.

Como as condições de acesso às refinarias passam a ser iguais para todos, o Governo acredita que isso vai fomentar a concorrência e fazer os preços baixar.

Postos de venda pressionam preços

Em Espanha, por exemplo, os 5 mil pontos vendem 80 milhões de botijas por ano. Já em Portugal há 50 mil postos que vendem 25 milhões.