Manutenção da CP perde 57 funcionários

A EMEF, empresa responsável pela manutenção dos comboios da CP, perdeu 57 trabalhadores entre o início de janeiro e final de julho deste ano, apurou o CM. No final de 2017, a entidade tinha 886 funcionários.

Grande parte das saídas dizem respeito a pedidos de reforma de trabalhadores com longas carreiras contributivas. "Todos os dias saem pessoas, nomeadamente com carreiras contributivas longas, que começaram a trabalhar aos 14 anos. Trata-se de uma vida de trabalhos pesados", disse esta segunda-feira Carlos Gomes Nogueira, presidente da CP, após uma visita às oficinas da EMEF de Campolide, Lisboa.

A tendência de saída para a reforma foi confirmada ao CM por José Rola, diretor do Parque Oficinal Sul: "Recebemos quase diariamente cartas da Segurança Social, que notificam a EMEF da data de início da reforma dos trabalhadores", avançou.

As saídas acontecem numa altura em que se multiplicam as queixas sobre o serviço da CP, devido a deficiências na capacidade de refrigeração das carruagens, avarias, atrasos e supressões.

Os sindicatos apontam ainda a falta de pessoal. O líder da Fectrans, José Manuel Oliveira, já tinha dito que "são necessários 200 trabalhadores para a EMEF".

O CM questionou a empresa de manutenção e a CP sobre a razão da saída dos 57 funcionários mas não obteve resposta.

Aluguer a Espanha custa 3,5 milhões/ano 

A despesa vai somar-se aos atuais sete milhões de euros que a empresa já paga à espanhola Renfe pelo aluguer de 20 composições e terá a duração de dois ou três anos, até que a CP receba novas carruagens no âmbito do concurso internacional que será aberto, disse o presidente da companhia.

102 trabalhadores até outubro na EMEF 

SAIBA MAIS 

1993

Foi o ano de criação da EMEF, resultado da autonomização da área industrial da CP destinada à reparação e reabilitação do material circulante.

Absorve a CP

Em 1995, a EMEF absorveu toda a estrutura industrial da CP, com o objetivo de fornecer um serviço global à empresa de caminho de ferro.