Moreira Rato evita questões sobre a Eurofin
O ex-gestor do BES admitiu que no período em que trabalhou no fundo havia dois administradores não executivos da Eurofin no Nau Capital.
João Moreira Rato, o ex-presidente executivo do IGCP que chegou a integrar a administração liderada por Vítor Bento antes da resolução do BES, tem evitado responder no Parlamento às questões sobre a Eurofin, a sociedade suíça gestora de ativos que está a ser investigada por ter suspeitas de ter montando um esquema de financiamento do Grupo Espírito Santo (GES).
Moreira Rato integrou o fundo Nau Capital, onde esteve entre 2008 e 2010, e que mais tarde foi adquirido pela Eurofin.
No Parlamento, o ex-gestor do BES admitiu que no período em que trabalhou no fundo havia dois administradores não executivos da Eurofin no Nau Capital, indicados pelo grupo BES, mas sem conseguir explicar porque motivo os dois integravam a gestão. Até porque o fundo foi constituído com 200 milhões de euros totalmente disponibilizados pelo BES. Um desses gestores da Eurofin na Nau Capital era Alexandre Cadosh, revelou Moreira Rato. Cadosh é considerado pela investigação judicial e pelo Banco de Portugal como peça chave na montagem do esquema de financiamento do GES.
Moreira Rato teve também dificuldades em responder se sabia se outras relações entre o grupo BES e a Eurofin além da participação na Nau Capital. O ex-presidente do IGCP evitou por quatro vezes uma resposta direta à questão colocada pela deputada Mariana Mortágua.
Já sobre o convite de Vítor Bento para integrar a administração do BES, após a saída de Ricardo Salgado, Moreira Rato admitiu que o desafio lhe pareceu interessante até porque "não tinha vontade de voltar a emigrar" após ter estado 17 anos fora do País.
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