"Não me parece justo pedirem mais dinheiro a quem não tem"

Presidente da CMVM criticou a proposta de reembolso do Banco de Portugal no Parlamento.

24 de março de 2015 às 12:30
24-03-2015_12_28_48 9815253.JPG Foto: António Cotrim/Lusa
Partilhar

O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) criticou no Parlamento a proposta de reembolso do Banco de Portugal aos clientes que compraram papel comercial do GES aos balcões do BES.

Carlos Tavares garantiu não ter sido informado pelo supervisor financeiro dos termos da proposta e sublinhou que "a solução adotada não deve ser discriminatória".

Pub

O Banco de Portugal tem em marcha uma proposta que prevê uma perda do investimento próxima dos 60% do capital investido. E prevê que os clientes que reforcem os depósitos no Novo Banco tenham melhores condições no reembolso dos montantes aplicados na ESI e Rioforte.

"Não me parece justo pedirem mais dinheiro a quem não tem", reforçou Carlos Tavares. E deixou o recado: "Preocupa-me, porque são clientes que aplicaram um montante relativamente pequeno e uma parte substancial das suas poupanças. Se há coisa que precisam é da sua liquidez."

Pub

O líder da CMVM disse ainda que "50 mil euros não é uma importância que permita classificar alguém de rico", referindo-se ao montante mínimo de subscrição de algumas das colocações de papel comercial do GES. E defendeu que "as ofertas particulares não devem ser adotadas para investidores não qualificados", como aconteceu no caso dos clientes de retalho do BES que compraram dívida do GES.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar