PPR estão esgotados como poupança
Regulador do setor defende a criação de novos produtos de poupança para a reforma.
A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) quer "impulsionar a poupança para a reforma para reforçar as pensões e financiar a economia", prometendo fomentar "um quadro regulatório moderno que incentive o mercado a criar soluções de reforma mais simples e justas, através de planos individuais ou profissionais, em linha com os objetivos da União da Poupança e do Investimento". O compromisso foi assumido pelo presidente da ASF na apresentação do plano estratégico o período entre 2026 e 2028, defendendo novos produtos de poupança.
"Também em Portugal temos necessidade de ter um quadro de poupança para a reforma que muda um pouco o paradigma que temos hoje em dia. E temos que ser muito claros nisto: aquilo que é há muitos e muitos anos o produto charneira da poupança para a reforma em Portugal -- PPR -- é um produto que hoje em dia está desvirtuado, é um produto muito líquido, que leva a que obviamente os investimentos que estão por detrás desse produto que tenham que ter alguma liquidez", alertou Gabriel Bernardino.
O presidente da ASF defendeu que é necessário "criar condições para ter produtos que sejam efetivamente de longo prazo" e, para isso, disse, é necessário intervir em três níveis - na procura, na oferta e na criação de incentivos. Em relação à procura, disse ser preciso "explicar melhor às pessoas o que é que é o risco num produto de longo prazo". Em relação à oferta, é necessário ter um novo produto de poupança "que seja efetivamente poupança de longo prazo e que depois tenha características adequadas". Em terceiro, é necessário "ter alguns incentivos fiscais que devem ser atrativos e devem ser estáveis" para promover esse investimento.
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