PT devia ter financiado GES a um ano, mas prazo foi alterado
Maturidade da dívida foi alterada para três meses.
João Pena, ex-presidente executivo da Rioforte, admitiu no Parlamento as três operações de compra de dívida da Rioforte por parte do Grupo Espírito Santo, no total de 897 milhões de euros, deveria ter maturidade de um ano, mas o prazo foi encurtado à última hora para apenas três meses.
"Foi comunicado à Rioforte que esta operação teria a maturidade de um ano mas, à última hora, passou a ser de cerca de 3 meses renovável", afirmou o ex-gestor aos deputados da comissão de inquérito.
Estas operações estão a ser investigadas pelo Ministério Público, que realizou também esta terça-feira buscas à operadora telefónica.
João Pena disse ainda que não era norma a administração executiva da Rioforte conhecer os tomadores de dívida, salvo raro exceções. A operação da PT, gerida pelo departamento de estudos e mercados financeiros do BES, foi um desses caso.
"O caráter de exceção quanto ao conhecimento do tomador de dívida por parte da Rioforte deveu-se à transmissão pela entidade colocadora (DFME do BES) e ao volume total colocado (representando quase 30% do total de dívida financeira da Riofortenão consolidada)", explicou na sua declaração inicial na comissão de inquérito.
O ex-presidente executivo da Rioforte assumiu também que a partir de abril passou a ser fortemente pressionado pelo acionista para aumentar a colocação de dívida.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt