'Rendas' na fatura da luz acima de mil milhões
Uma das maiores fatia dos custos políticos na eletricidade prende-se com a subsidiação das renováveis.
O valor dos custos políticos na eletricidade, as chamadas 'rendas' da energia, está a diminuir mas ainda supera os mil milhões de euros no próximo ano. A maior fatia destes custos, inseridos pelos governos na fatura da luz, continua a caber aos contratos com tarifas garantidas das renováveis que vão custar cerca de 609 milhões de euros aos consumidores em 2026, segundo a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).
Os Custos de Interesse Económico Geral (CIEG) nas tarifas da eletricidade, que refletem decisões políticas como subsidiar determinado tipo de energias ou pagar a municípios, descem 230 milhões de euros para 1,1 mil milhões de euros em 2026, contribuindo para o aumento de 1% na tarifa regulada no próximo ano. . Na estrutura do preço médio dos clientes de baixa tensão, as famílias pagam na fatura mensal mais pelos custos políticos (28%) do que pelo uso da redes e da gestão de sistema, que se fixa em 21%.
A redução destes custos prende-se sobretudo com a diminuição dos contratos com tarifas garantidas das renováveis, nomeadamente eólicas e fotovoltaicas. O custo da produção especial vai baixar para pouco mais de 600 milhões de euros, ou seja, uma redução de cerca de 200 milhões de euros devido ao fim destes contratos de longa duração, alguns com mais de uma década.
As energias renováveis já chegaram a custar dois mil milhões de euros mas também contribuíram (chegando a valores negativos) para baixar o preço da eletricidade paga pelos consumidores em 2022 e 2023, quando a energia atingiu valores elevados em consequência da invasão da Ucrânia.
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