Saem 571 funcionários e fecham 76 balcões da Caixa Geral de Depósitos
Banco público quer fechar o ano com 7750 trabalhadores.
A Caixa Geral de Depósitos fechou os primeiros nove meses do ano com lucros de 369 milhões de euros. No mesmo período de 2017, o banco público tinha ainda prejuízos de 47 milhões. A redução de custos ajudou as contas apresentadas pela equipa de Paulo Macedo, que prevê diminuir o pessoal em 571 trabalhadores e fechar 76 balcões em 2018.
Os dados esta terça-feira apresentados mostram que a CGD já reduziu o número de trabalhadores em Portugal em 509 funcionários desde o início do ano, prevendo mais 62 saídas até dezembro, de forma a fechar o ano com um total de 7750 trabalhadores.
No que toca aos balcões, o banco público encerrou 65 agências desde o início do ano, a que se somarão mais onze até dezembro. Ao todo, encerram em 2018 76 balcões.
"A Caixa claramente quer devolver o dinheiro aos contribuintes, é a sua obrigação", admitiu o presidente-executivo, Paulo Macedo, na apresentação de resultados.
Ou seja, o banqueiro admite pagar dividendos ao Estado em 2019 – o calendário não está fechado mas será entre o segundo e o terceiro trimestres –, reconhecendo que 200 milhões de euros é "um valor que a gestão do banco considera plausível".
O banco público tem também estado a vender carteiras de crédito malparado de forma a reduzir o crédito de ativos problemáticos, que ainda ascendem a 6,6 mil milhões.
"Não há pressa" em acabar com a caderneta
A tradicional caderneta do banco público tem de desaparecer por questões de segurança a nível europeu, mas Paulo Macedo garante que a Caixa "não vai descontinuar a caderneta depressa".
"Faremos uma progressão para incluir os clientes menos habituados à tecnologia. Muitos usam já a aplicação no telemóvel da chamada caderneta digital", frisou. O banqueiro não apontou prazos para o fim do processo.
PORMENORES
Herdade da Comporta
Paulo Macedo apelou ontem a que as negociações para a venda da Comporta ao consórcio liderado por Paula Amorim cheguem "a bom porto" e que o processo "não fique numa embrulhada jurídica que seria totalmente deplorável".
Imóveis
A CGD está a diminuir os imóveis em carteira. Em 2017 vendeu 2100 imóveis por 182 milhões de euros. Este ano já conseguiu alienar 3800 que renderam um encaixe de 290 milhões. O fecho de balcões também permitiu poupar em rendas. Esta fatura caiu 5 milhões até setembro.
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