Sem dinheiro para reformas
Pensão de Ricardo Salgado não será paga.
O Banco Espírito Santo (BES) não tem dinheiro para continuar a pagar a pensão de Ricardo Salgado e dos restantes administradores que estiveram em funções até 2014 e que totalizam 13,5 milhões de euros. Esta é uma das conclusões das primeiras contas apresentadas pelo banco mau, desde a aplicação da medida de resolução por parte do Banco de Portugal no dia 3 de agosto de 2014.
O banco, liderado por Luís Máximo dos Santos, tem um buraco de 2,4 mil milhões de euros e o seu balanço revela um conjunto de operações financeiras desastrosas, principalmente empréstimos concedidos a empresas do universo Grupo Espírito Santo (GES).
Só para cobrir os riscos do papel comercial emitido pelo GES para os clientes de retalho foi constituída uma provisão no valor de 667,6 milhões de euros, antes mesmo da aplicação da medida de resolução, mas a nova administração diz que só paga se for obrigada a isso por uma ordem do tribunal.
O rombo nas contas do BES é agravado pelos negócios com Angola. Além de dar como perdidos 273 milhões de euros que tinha no capital do BESA, o BES teve ainda de fazer provisões para créditos documentários no valor de 348,9 milhões de euros, em que o banco pagador era o BES Angola.
A nova administração considerou ainda que a atual situação do banco não permite uma expectativa de geração de lucros futuros que possa autorizar a utilização dos impostos diferidos (créditos fiscais). Deste modo, foram anulados ativos e passivos por impostos diferidos no valor de 384 milhões.
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