Venda de carros sofre travão a fundo em 2020
Marcas de luxo Ferrari e Porsche são exceções e registam subidas de 15,4% e 11%, respetivamente.
A venda de carros novos em 2020 não escapou à crise económica causada pela pandemia. No período de janeiro a dezembro de 2020 entraram em circulação cerca de 177 mil novos veículos, uma quebra de 33,9% face a igual período de 2019, ano em que foram comercializados mais de 268 mil viaturas, revelam dados divulgados ontem pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP).
A queda mais expressiva no número de novas matrículas ocorreu no segmento que inclui os ligeiros de passageiros, veículos todo o terreno e comerciais ligeiros. Houve cerca de 173 mil vendas ao longo de 2020, contra mais de 262 mil um ano antes, o que se traduziu num recuo de 89 mil unidades ou 34%.
Num segmento em que não escaparam às quebras as marcas tradicionalmente mais comercializadas em Portugal- Renault (-38,6% de vendas), Peugeot (-30,8%), Mercedes (-18,5%), Citroën (-35,8%) e BMW (-24,5) -, destacam-se, em contraciclo, as aquisições dos chamados automóveis de luxo. Em 2020 foram vendidas 30 máquinas Ferrari, mais quatro (subida de 15,4%) do que um ano antes; e 831 Porsche, contra 749 em 2019 (+11%).
Já quanto aos ligeiros de mercadorias, foram vendidos 27,6 mil no ano passado (-28,3% face a 2019). Queda idêntica ocorreu no segmento dos pesados (de passageiros e mercadorias), com 3997 veículos comercializados.
Terceira inflação negativa neste século
Pela terceira vez desde 2000, os preços de bens e serviços caíram de um ano para o outro. Em 2020, a taxa de inflação, face a 2019, ter-se-á fixado em -0,02%, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
A queda na procura interna, devido à crise, e a baixa nos preços dos combustíveis, em resultado da baixa no custo do petróleo nos mercados internacionais, ajudam a explicar a inflação negativa. Segundo o INE, só em 2009 (-0,8%) e 2014 (-0,3%) se registaram situações idênticas.
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