Welch critica pessimismo português
Apesar dos seus 70 anos, Jack Welch é um notável comunicador. O ex-CEO da General Electric veio a Portugal para criticar o pessimismo dos portugueses e a constante degradação da imagem nacional no estrangeiro.
Antes mesmo de iniciar a sua intervenção, Jack Welch incitou o ministro da Economia português a ser “um pouco mais optimista” e apelou às centenas de empresários que o ouviam para que dessem mais atenção ao “capital humano” das suas empresas.
Aquele que foi considerado o gestor do século XX pela revista ‘Fortune’, reuniu-se posteriormente com um conjunto de empresários portugueses e afirmou que “Portugal é visto no estrangeiro como um país em contínua degradação e declínio ao longo dos últimos anos”.
Welch participou numa mesa redonda destinada à análise e discussão sobre ‘Os Desafios das Empresas e da Economia Portuguesa no Contexto Competitivo Actual’, tendo as conclusões do encontro e as declarações do ex-gestor sido divulgadas por Mira Amaral, em conferência.
Citado pelo presidente do Fórum, Luís Mira Amaral, o gestor norte-americano acusou as empresas portuguesas de serem “demasiado estáticas” e pouco dadas “à experimentação”, mas sublinhou também o papel crucial do Governo “na criação de um ambiente favorável ao empreendedorismo e à produtividade sustentada”.
PLATEIA DE LUXO SURPREENDIDA
Centenas de empresários escutaram um dinâmico e surpreendente Jack Welch, que distribuiu conselhos e arrepiou-se com o som da palavra “sinergias”.
Entre os notáveis estavam o actual e ex-presidente da EDP, António Mexia e João Talone, o presidente da Caixa Geral de Depósitos, Carlos Santos Ferreira, Paulo Fernandes, Presidente do Grupo Cofina Media e Rodrigo Costa, Administrador da Portugal Telecom.
“Em todas as empresas existe sempre um ‘retardado’ que serve apenas para nos dar os números que queremos ouvir”, afirmou Jack Welch, provocando alguns “sorrisos amarelos” da parte da assistência.
Um dos participantes entusiastas era o director-geral dos Impostos, Paulo de Macedo, que se encontrava na mesa da consultora Deloitte, tirava notas à medida em que o ex-‘patrão’ da GE, aconselhava os empresários a nunca serem vistos com os CFO (directores financeiros), “pessoas cinzentas e muito pouco interessantes”.
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