Conclusão é de um estudo sobre a economia do futuro.
Acha que a economia no futuro tem que ser diferente da atual?
Os números são surpreendentes. Quase um terço da população portuguesa pensa que a economia do futuro vai ser idêntica à existente antes da atual crise. Esta é uma das principais conclusões de um estudo coordenado por João Ferrão, investigador do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa.
O estudo, financiado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), foi apresentado esta quinta-feira no ICS, e encontra-se já disponível em formato de livro, podendo ser adquirido no site da FFMS por 18 euros, ou descarregado gratuitamente em formato PDF, através do mesmo endereço.
Este projeto, desenvolvido ao longo de dois anos, analisou o grau de adesão de três universos-alvo (população portuguesa, empresários e autarcas) às propostas de novos modelos de desenvolvimento socioeconómico.
Para João Ferrão, um dos aspectos que mais o surpreendeu "foi a percentagem de pessoas, incluindo empresários, que não têm qualquer ideia do futuro", disse ao Correio da Manhã. Contudo, o estudo mostrou que existe a convicção generalizada de que a economia tem que mudar e, para tal, as Pequenas e Médias Empresas, a melhoria da qualificação dos recursos humanos e a ciência terão que ter um papel fulcral.
Abrir debate público
O estudo identificou ainda várias divergências entre os universo-alvo analisados. Por exemplo, no que diz respeito às finalidades da economia, enquanto uma das principais preocupações da população é a criação de emprego, para os empresários e autarcas, a prioridade é garantir a qualidade de vida dos cidadãos.
Porém, existem clivagens dentro dos próprios universos-alvo: 60% dos inquiridos, em termos da população geral, defendem uma economia de futuro diferente da atual, mas 30% continuam a considerar propostas próximas das existentes antes da crise. No fundo, estes 30% "têm ideia do que não querem", para não lhes "dificultar ou piorar a qualidade de vida", explicou João Ferrão durante a apresentação. Os restantes 10% - sobretudo mulheres idosas com baixos níveis de escolaridade - não têm qualquer ideia sobre a economia do futuro.
Para contrariar estes números, "os decisores políticos, as universidades, entre outros, têm a obrigação de abrir um debate público sobre as várias opções económicas que se colocam em relação ao modelo atual, que todos nós reconhecemos que não pode continuar como tem sido até agora", avançou ainda ao CM.
Bilhete de identidade do livro
Título: A Economia do futuro: a visão de cidadãos, empresários e autarcas
Autores: João Ferrão (coordenador), Alice Ramos, João Mourato, João Pato, Olívia Bina, Rui Carvalho
Sinopse: Como será a economia do futuro? O que podemos esperar dela, e em que é que vai diferir daquilo que temos hoje? De que forma é que autarcas, empresários e os cidadãos em geral estão prontos a antecipam? E do que estão dispostos a abdicar para se integrarem nela? O estudo "A Economia do futuro: a visão de cidadãos, empresários e autarcas" tenta dar resposta a esta e a muitas outras questões. Elaborado por um conjunto de investigadores, e coordenado pelo geógrafo João Ferrão, este é um documento de grande utilidade para quem quiser perceber melhor as expectativas e as atitudes dos portugueses numa altura em que a economia e a inovação estão na ordem do dia.
Páginas: 233
Ano: 2014
ISBN: 978-989-8662-71-2
Editora: Fundação Francisco Manuel dos Santos
Preço: 18,00 euros (à data de publicação desta informação)
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