Correio da Manhã – O alívio no resgate grego não se vai aplicar a Portugal. Isso é positivo ou negativo?
Vítor Gonçalves – As condições gregas vão ser melhores, com mais tempo para pagar e menos juros. E é uma evidência que não precisa de prova que melhores condições são sempre favoráveis. O nosso próprio ministro das Finanças admitiu isso quando afirmou que Portugal iria beneficiar desse alívio. Isto até ter sido admoestado pelo ministro das Finanças alemão.
– Considera que é a Alemanha que está a bloquear no Eurogrupo que Portugal beneficie dessa melhoria de condições?
– A Alemanha cumpre o seu papel como credor que é emprestar para cobrar mais e não lhe interessa aceitar menos ou ficar mais tempo à espera. Isto é natural num qualquer credor. Mas não quero acreditar que o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, tenha dito que Portugal iria ter melhores condições sem que existam negociações nos bastidores para que tal se concretize.
– O argumento que está a ser usado é que Portugal não está na situação da Grécia e não precisa das mesmas condições...
– Realmente, a nossa situação não é tão má como a Grécia, mas todos temos de reconhecer que a situação é má.