Nos últimos anos tem sido recorrente o tema das caixas automáticas para levantamento de dinheiro, depois de terem diminuído sobretudo as da rede Multibanco.
O novo governador do Banco de Portugal, Álvaro Santos Pereira, disse esta segunda-feira, em Lisboa, que o sistema bancário tem de manter suficientes caixas automáticas em todo o país para garantir que a população consegue aceder facilmente a dinheiro físico.
No discurso de tomada de posse, no Museu do Dinheiro, Santos Pereira afirmou que o Banco de Portugal é neutral quanto aos instrumentos de pagamentos e à escolha dos cidadãos e que, precisamente por isso, faz parte das suas competências assegurar que os cidadãos que queiram aceder a dinheiro 'vivo' o consigam em todo o território de Portugal.
Para isso, defendeu que é preciso que o sistema bancário faça investimentos adequados nas máquinas de distribuição de numerário em todo o país.
"Embora a importância dos pagamentos digitais tenha vindo a aumentar, devemos assegurar que o numerário permanece facilmente acessível a todos os portugueses. Para tal, é essencial manter o investimento adequado na infraestrutura de distribuição de numerário em todo o território", afirmou.
Nos últimos anos tem sido recorrente o tema das caixas automáticas para levantamento de dinheiro, depois de terem diminuído sobretudo as da rede Multibanco.
Em início de setembro, a Denária, associação que defende a utilização do numerário como um meio de pagamento, criticou os "desertos de numerário" em Portugal, devido à falta de caixas multibanco, considerando que afeta sobretudo os grupos mais isolados e vulneráveis.
A associação citava dados do Banco de Portugal de 2022, segundo os quais 1.276 freguesias (41%) não tinham qualquer ponto de acesso a dinheiro físico.
Para a associação, é imperativo reforçar a cobertura da rede e garantir que todos os portugueses mantêm o direito de utilização do numerário, o meio de pagamento mais utilizado em Portugal.
Dados do Banco de Portugal de 2024 indicam que existiam então cerca de 13.000 caixas automáticas em Portugal.
Ainda na tomada de posse, Santos Pereira disse hoje que irá trabalhar na "simplificação regulatória", considerando que depois do reforço da supervisão e regulação sobre o setor bancário na última década, na sequência das crises, é preciso agora eliminar legislação "redundante" e "excessiva" para tornar a regulamentação "mais ágil e coerente".
Ainda sobre a supervisão bancária, função que cabe ao banco central, afirmou que será "atenta e exigente".
Santos Pereira falou ainda em mudanças internas que quer introduzir no Banco de Portugal, anunciando que passará a haver "concursos para todas as contratações de diretores e diretores adjuntos", com o objetivo de "aumentar a transparência e a meritocracia".
Disse que quer rever a lei orgânica do Banco de Portugal para a modernizar, mas sem dar detalhes, e reativar o Conselho Nacional para a Estabilidade Financeira.
O novo governador afirmou também que vai propor a outros bancos centrais uma conferência anual para discutir temas como envelhecimento da população, baixa produtividade, inteligência artificial, alterações climáticas ou transição energética e as suas consequências para a política monetária e a estabilidade financeira.
O economista Álvaro Santos Pereira, de 53 anos de idade, tomou hoje posse como governador do Banco de Portugal, sucedendo a Mário Centeno. O economista foi ministro da Economia de 2011 a 2013, no governo PSD/CDS-PP de Passos Coelho.
Santos Pereira era economista-chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) quando, em 24 de julho deste ano, o Governo (PSD/CDS-PP) anunciou a sua escolha para suceder a Centeno (ex-ministro das Finanças de Governos PS).
Já Mário Centeno, que hoje deixou formalmente de ser governador, deverá assumir o cargo de consultor do Banco de Portugal, tal como afirmou em setembro no parlamento.
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