Presidente do BCE defende que o banco e todo o sistema do euro vão "analisar vários dados para além dos salários, como as unidades de lucro".
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, defendeu esta sexta-feira que o Conselho de Governadores "tem de estar mais confinante" no abrandamento da inflação para poder baixar taxas de juro, apesar dos "números encorajadores" sobre os salários.
"Os números relativos aos salários do quarto trimestre são obviamente encorajadores. Mas, como dissemos na nossa declaração de política monetária, o Conselho do BCE precisa de estar mais confiante de que o processo de abrandamento de inflação que estamos a observar será sustentável e nos levará ao objetivo de 2% a médio prazo que temos. Há muitos setores e trabalhadores que estão abrangidos por negociações que serão concluídas no decurso do primeiro trimestre de 2024 e penso que esses números, especialmente se continuarem a ser encorajadores, serão importantes para avaliarmos daqui para a frente, a fim de alcançarmos confiança", declarou Christine Lagarde.
Lagarde falava à imprensa no final de uma reunião informal dos ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo), que esta sexta-feira contou também com os governantes da União Europeia (UE) e com governadores dos bancos centrais, no dia em que o responsável português pelas Finanças, Fernando Medina, defendeu que, "quanto mais tempo" o BCE prolongar as elevadas taxas de juro, "maiores são os riscos" de "a situação económica se deteriorar", dado o contexto de redução da inflação.
"O BCE e todo o sistema do euro dependem dos dados e vamos analisar vários dados para além dos salários, como as unidades de lucro, as expectativas, os resultados dos inquéritos telefónicos às empresas, o serviço de empréstimos bancários e muitos outros dados que são importantes para nós", vincou a presidente do banco central da moeda única.
Questionada sobre a atuação da reserva federal norte-americana, que já alertou para os riscos de baixar as taxas de juro demasiado cedo, Christine Lagarde sublinhou "o facto de o BCE ser independente".
"E estamos determinados a continuar a depender dos dados e a ser independentes na avaliação que fazemos e na decisão política que tomamos", adiantou.
Na reunião de janeiro, os membros do Conselho do BCE aprovaram por unanimidade a decisão de deixar as taxas de juro inalteradas e consideraram por amplo consenso que era prematuro discutir possíveis cortes.
Na conferência de imprensa, o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, foi questionado sobre a ideia proposta pelo ministro francês da Economia e Finanças, Bruno Le Maire, relativa a uma união voluntária dos mercados de capitais para evitar que a Europa fique para trás face a potências como China ou Estados Unidos, dada a incapacidade de a UE a 27 avançar.
Sobre esta questão, relativa aos passos para um mercado único de capitais em todos os Estados-membros, a fim de desbloquear financiamento, Paschal Donohoe disse estar "de acordo com Bruno [Le Maire] no que respeita à urgência política de fazer progressos neste domínio".
"Creio que esta é uma parte muito grande do puzzle que precisamos de pôr em prática relativamente à forma como a Europa pode encontrar o investimento de que necessita para manter o seu lugar no mundo. Nas próximas semanas, discutirei separadamente questões específicas [...] e verei se conseguimos chegar a um acordo sobre o caminho a seguir em relação a esses temas", adiantou o presidente do Eurogrupo.
Esta reunião informal do Eurogrupo é agora seguida por um Ecofin dedicado à competitividade da UE face a potências como Estados Unidos ou China, numa altura em que o ex-presidente do BCE Mario Draghi, que estará na reunião, prepara um relatório.
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