As tarifas da eletricidade sobem, a partir de 1 de janeiro, 1,2% para os consumidores domésticos, acima da inflação, que está nos 0,5% e que serve de referência para a atualização das prestações sociais, nomeadamente das pensões (0,5%), confirmou ontem a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). Este aumento servirá sobretudo para pagar a dívida tarifária que em 2017 está fixada em 1,7 mil milhões de euros.
O aumento corresponde a um agravamento mensal de 57 cêntimos para uma fatura de 46,7 euros dos consumidores que ainda estão no mercado regulado. As famílias mais carenciadas continuarão a ter acesso à tarifa social, que sobe 25 cêntimos numa fatura de 20,4 euros.
A dívida tarifária é a grande responsável pelo aumento, ano após ano, das tarifas de eletricidade. Em 2017 volta a agravar–se em 134 milhões de euros e representa, nesse só ano, 1775 milhões de euros de um total de 4,3 mil milhões de euros. Só os apoios às renováveis representam um custo de 1,4 mil milhões de euros, de acordo com os dados divulgados ontem pela entidade reguladora do setor.
O aumento da tarifa só não foi superior graças a um conjunto de medidas do Governo, que passam nomeadamente pelo corte das chamadas rendas excessivas. Apesar de ficar acima da inflação de 2016, o valor do agravamento é o mais baixo dos últimos 10 anos, deixando "satisfeito" o secretário de Estado da Energia, Seguro Sanches.