O Estado vai injetar no próximo ano cerca de 800 milhões de euros no Novo Banco, como forma de cobrir as perdas registas ao longo deste ano. Se assim for, o Novo Banco, que já custou mais de 5 mil milhões, poderá aproximar-se dos 7 mil milhões de euros.
Logo no início, para a capitalização do Novo Banco, uma vez que não tinha dinheiro suficiente, o Fundo de Resolução pediu ao Tesouro público 3,9 mil milhões de euros. Em 2017, recebeu 430 milhões de euros. E desde o início do ano, o Fundo de Resolução já injetou 1149 milhões de euros no Novo Banco para cobrir as perdas registadas no ano passado. Segundo este mecanismo, nos próximos anos o Novo Banco ainda pode pedir mais quase 2 mil milhões de euros. Feitas as contas, chegamos aos 7 mil milhões.
Entretanto, o Governo pediu uma auditoria especial à Deloitte para avaliar todos os atos de gestão que levaram às injeções do Fundo de Resolução no Novo Banco, avançou o ‘Público’. A auditoria é semelhante àquela que foi pedida à Caixa Geral de Depósitos. Os auditores pretendem passar a pente fino a forma como os créditos foram concedidos, se foram dadas garantidas pelos devedores e como é que o Banco Espírito Santo (BES) geriu esses mesmos créditos. A auditoria vai levar pelo menos seis meses a concluir.
O Novo Banco tem ainda crédito malparado – de montantes elevados – que deverão ser eliminados nos próximos anos. Os créditos mais elevados e famosos já foram, no entanto, praticamente vendidos. Um deles diz respeito à Ongoing, então liderada por Nuno Vasconcellos.
A venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star já foi há dois anos. Mas, desde então, têm-se acumulado as perdas nas contas. O Lone Star não pagou qualquer preço, tendo injetado 1000 milhões de euros no Novo Banco. A resolução do BES foi em agosto de 2014.