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Desconfiança 'online' condiciona economia digital em Portugal, conclui relatório

Relatório mostra que os participantes estão a melhorar as suas competências em matéria de proteção de dados em quase todos ao países.

12 de novembro de 2025 às 12:48

Os portugueses destacaram a desconfiança nos serviços financeiros 'online' como principal barreira para aproveitar as oportunidades digitais, o que contribui para condicionar o desenvolvimento da economia digital, concluiu o relatório "Digital Economy Navigator 2025".

O "Digital Economy Navigator (DEN) 2025" foi apresentando esta quarta-feira em Lisboa, a propósito da Web Summit, e revelou que 40% portugueses consideram a desconfiança nos serviços financeiros 'online' como principal barreira para aproveitar as oportunidades digitais e 33,9% destaca preocupações com segurança e privacidade digital.

Em Portugal, o relatório destaca três principais pilares: digital para a inclusão social (85,3%), digital para a saúde e educação (85,3%) e infraestrutura digital (82,9%), setores em que o país alcança os melhores resultados.

Em sentido contrário, os setores capacidades digitais (64,4%), digital para trabalho e treino (66,1%) e negócio principal tecnologias de informação e comunicação (66,5%), registam as avaliações mais baixas.

Além disso, os dados revelam que em Portugal 47,1% dos entrevistados diz que a tecnologia tem maior impacto no acesso ao conhecimento, 43,6% no acesso a bancos ou finanças, 25,7% no acesso à educação e apenas 2,8% refere a sustentabilidade ambiental.

Nos últimos 12 meses, 97,3% dos portugueses inquiridos afirmam ter feito pagamentos 'online' de impostos, contas ou taxas governamentais, 82,8% pedidos de licenciamento 'online', 89,4% solicitações de licenciamento e 91,3% diz ter realizado consultas digitais sobre resíduos e reciclagem.

Os portugueses recorrem à internet sobretudo para manter contacto com familiares, amigos e colegas (98%), para participar em eventos culturais ou de entretenimento (72,3%), conhecer novas pessoas (64,2%) e envolver-se ou organizar ativismo social (53,75).

Em matéria de Inteligência Artificial (IA), 28,9% vê a IA como uma força pouco positiva na economia portuguesa, 16,6% muito positiva e 2,4% muito negativa.

A nível global, os 41.000 inquiridos no DEN 2025 foram mais propensos a identificar as preocupações com a segurança e a privacidade 'online' (33,2%) como a sua principal barreira para o desenvolvimento das economias digitais, seguidas pela falta de confiança nos serviços financeiros 'online' (21,7%).

O relatório mostra que os participantes estão a melhorar as suas competências em matéria de proteção de dados em quase todos ao países, mas também que são necessários mais esforços para prevenir incidentes cibernéticos individuais.

O DEN salienta que a economia digital continua a evoluir rapidamente, com impacto profundo em vários países e sociedades, sendo que "o desafio é moldar a sua evolução para alcançar um crescimento económico inclusivo, sustentável e resiliente que permita a prosperidade digital partilhada por todos".

Para a responsável do departamento de economia digital da Digital Cooperation Organization, Alaa Abdulaal, é necessário que "todos os países tenham as mesmas oportunidades para desenvolver uma economia digital".

No evento de apresentação do relatório, que decorreu esta quarta-feira em Lisboa, Alaa Abdulaal destacou a importância da colaboração entre governos, entidades e a sociedade, condição essencial para o desenvolvimento das economias digitais.

O DEN 2025 analisou indicadores como infraestrutura digital, finanças e negócios digitais, sustentabilidade, inovação digital, educação digital ou digital para a inclusão social.

O relatório incluiu 80 países na sua análise, entre os quais Portugal, representando 85% da população e 94% do Produto Interno Bruto (PIB) global, tendo como base a realização de um inquérito a mais de 41.000 participantes.

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