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DESEMPREGO AMEAÇA GUTERRES

O Governo vai acabar com o IPE - Investimentos e Participações Empresariais, SA. A decisão foi ontem aprovada em Conselho de Ministros e anunciada por Nuno Morais Sarmento.

06 de agosto de 2002 às 22:33

O Governo vai acabar com o IPE - Investimentos e Participações Empresariais, SA. A decisão foi ontem aprovada em Conselho de Ministros e anunciada por Nuno Morais Sarmento.

O desaparecimento do IPE, que deverá estar concluído dentro de 12 meses, ameaça directamente o emprego de muitos ex-governantes que utilizavam aquele organismo público como um “refúgio” profissional após o exercício das funções governativas.

Actualmente, o mais célebre funcionário do IPE, é o ex-primeiro- -ministro, António Guterres, que ocupa o lugar de assessor do Conselho de Administração. Guterres trabalha directamente no edifício sede do IPE, e faz parte de um vasto grupo de assessores a quem o Conselho de Administração recorre para a tomada de decisões.

Recorde-se que, António Guterres é quadro do IPE desde 1973, altura em que entrou, pela mão de Torres Campos, para chefe de Divisão de Planeamento Industrial do Gabinete da Área de Sines. Desde 1984 exerceu as funções de director de Desenvolvimento Estratégico do IPE.

Com o fim deste organismo é o emprego de Guterres que fica em causa.

Segundo apurou o Correio da Manhã, a administração do IPE “foi apanhada completamente de surpresa”, com esta notícia.

A decisão do Governo vai interromper as férias de muitos administradores da ‘holding’ estatal, chamados à pressa para uma reunião de emergência hoje, após a qual será emitido um comunicado.

Também apreensivos estão os restantes trabalhadores que ignoram por completo qual será o seu destino.

Morais Sarmento desvalorizou eventuais problemas sociais que possam advir do desmantelamento do IPE, afirmando que nos seus quadros estão mais administradores e quadros superiores do que trabalhadores.

Recorde-se que, uma auditoria realizada o ano passado pelo Tribunal de Contas teceu duras críticas ao funciamento daquele organismo estatal, nomeadamente, ao seu Conselho de Administração.

Em causa estavam precisamente a atribuição de categorias e níveis salariais dos técnicos admitidos “sobretudo para o apoio ao Conselho de Administração” e os prémios auferidos pelos administradores.

O IPE lucrou 54,7 milhões de euros em 2001, mais 41 por cento do que no exercício anterior.

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