Correio da Manhã – Há cada vez mais pessoas a pedirem a renegociação dos empréstimos. O reforço dos lucros vai permitir acautelar dificuldades futuras?
A. Vieira Monteiro – Estamos a dar resposta às pessoas que têm dificuldades económicas. Temos já mais de 7500 renegociações de créditos, sobretudo à habitação. E essa é a grande diferença. O crédito em incumprimento caiu 6% face ao final do ano passado. Se uma pessoa tem uma prestação de 100 euros e só pode pagar 50 euros, vamos fazer os possíveis para que a prestação a pagar se situe nos 50 euros, baixando o spread e alargando os prazos.
– Mas com as medidas que constam na proposta do próximo Orçamento do Estado, há o risco de serem necessárias outras iniciativas além dessas?
– Vamos ainda analisar esses cenários, mas acreditamos que a manutenção dos valores baixos da Euribor a par destas medidas, como a baixa do spread, vão ajudar, e muito, as famílias.
– Qual a estimativa para a evolução das renegociações?
– Admitimos que possam chegar às dez mil no final deste ano.
– Criar um ‘banco mau’ para agregar o crédito malparado da banca seria uma boa ini-ciativa?
– Não conhecemos o projecto, mas o Totta não tem uma grande necessidade de o fazer.