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Directores perdem direito a motoristas de serviço

O Governo congelou a contratação de motoristas para as viaturas de serviço da generalidade dos funcionários públicos com cargos dirigentes. O objectivo é racionalizar os meios e, consequentemente, reduzir os encargos para o erário público. Os titulares de cargos de soberania e governantes não são abrangidos pela medida.

19 de fevereiro de 2006 às 00:00

“Temos de racionalizar os recursos”, disse ao CM o ministro das Finanças. Teixeira dos Santos afirmou que, “não vamos despedir ninguém, mas queremos implementar um princípio genérico para toda a Administração Pública. Em princípio só os cargos de soberania, por razões protocolares, irão ter motorista”, disse.

O ministro não deixou de lado a possibilidade de, “em casos de necessidade comprovada”, ser libertado um motorista para as chefias intermédias.

O Estado dispõe de carros oficiais suficientes, mas há carência de motoristas. Por isso, quem tiver direito a veículo de serviço só tem uma solução: conduza você mesmo.

O director-geral dos Impostos, Paulo Macedo; o director-geral de Informática e Apoio aos Serviços Tributários e Aduaneiros (DGITA), Ferreira Pinto e a dirigente da Estrutura de Missão Contra a Violência Doméstica, Elza Pais, são três das várias dezenas de funcionários já atingidos por esta nova disposição do Governo.

Um despacho do Ministério das Finanças, publicado sexta-feira no Diário da República, refere que, de acordo com informação prestada pela DGI esta entidade “dispõe de viaturas do Estado afectas aos serviços, mas com carência de motoristas”. Por esse motivo, e face às alterações orgânicas recentemente operadas na Direcção-Geral, “torna-se imperioso legitimar a condução das viaturas oficiais por funcionários com cargos dirigentes”. Esta mesma explicação foi dada, por despacho, a outros organismos do Estado, como por exemplo ao secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência e à delegada regional de Lisboa da Inspecção-Geral da Educação.

DIRECTOR AO VOLANTE

O director-geral dos Impostos é um dos altos quadros da Administração Pública que terá de conduzir o carro de serviço. Isto num ano em que secretário de Estado dos Assuntos Fiscais anunciou que uma das prioridades “é andar a viajar pelo País a visitar os serviços”.

Paulo de Macedo, que entra no seu terceiro ano à frente dos Impostos, tem visitado várias Direcções Distritais de Finanças nos últimos anos. Com esta decisão, as viagens terão de ser passadas ao volante.

AUTORIZAÇÃO APÓS OITO MESES

Elza Maria Henriques Deus Pais tomou posse como presidente da Estrutura de Missão contra a Violência Doméstica em 15 de Junho do ano passado. Ou seja, oito meses depois, ainda não tinha um motorista para conduzir a viatura oficial a que tem direito por lei. O cargo de Elza Pais depende directamente dos ministros da Presidência, Pedro Silva Pereira, e do trabalho, Vieira da Silva. O despacho de permissão de condução da viatura oficial foi assinado pela secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Idália Moniz.

ORGANISMOS AFECTADOS

DGI

Na Direcção Geral dos Impostos (DGI) são atingidos pela medida Rato Rainha, Angelina da Silva, Manuel Meireles, Fernando Soares, Araújo Prates, Magalhães Machado (subdirectores-gerais), Falcão Marques, Barroso Inês e Pereira Januário (directores de Finanças).

DGITA

Na Direcção-Geral de Informática e Apoio aos Serviços Tributários e Aduaneiros (DGITA) 26 funcionários, entre os quais o director-geral Luís Manuel Ferreira Pinto e a subdirectora-geral, Maria Isabel Madeira Alves, vão ter de conduzir as viaturas de serviço.

OUTROS

Elza Pais, dirigente da Estrutura de Missão contra a Violência Doméstica; os dirigentes do Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência, e ainda chefe de gabinete da secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação vão conduzir eles mesmos as viaturas.

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