A cinco anos, os investidores pediam um juro de 10,060 por cento para adicionarem dívida portuguesa às suas carteiras (abaixo dos 10,095 por cento de quarta-feira).
Em busca de decisões que travem a desconfiança dos mercados, os líderes europeus estão hoje e sexta-feira reunidos em Bruxelas.
Mais do que nunca, a Europa está sob pressão para pôr um travão na crise da dívida soberana, que agora está a "estrangular" Espanha e Itália.
Mas, à partida para o Conselho Europeu, são mais as incógnitas do que os consensos em torno das matérias que estarão em cima da mesa, designadamente um reforço da União Económica e Monetária e uma estratégia ambiciosa para o crescimento.
Na carta-convite enviada esta semana para as 27 capitais, o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, advertiu que a reunião desta semana em Bruxelas deverá, "mais do que nunca", sinalizar "de forma clara e concreta" que tudo está a ser feito para responder à crise.
Madrid e Roma já avisaram, por seu lado, que são necessárias decisões para o imediato, que acalmem os mercados, sendo de esperar que coloquem em cima da mesa as questões da possibilidade de ajuda directa aos bancos e de compra da dívida nos mercados secundários.
No entanto, os grandes assuntos em agenda são mais genéricos, havendo por isso o receio de que os chefes de Estado e de Governo, como tantas vezes aconteceu ao longo das já duas dezenas de cimeiras realizadas desde a crise grega, em 2009, se limitem a chegar a princípios de acordo, que depois pouco ou nada avançam.
Uma das grandes dúvidas em torno do desfecho desta cimeira é que passos serão dados no sentido de um reforço da União Económica e Monetária.
No final do Conselho Europeu, na sexta-feira, terá lugar um almoço de trabalho dos 17 líderes da zona euro, devendo as atenções estar centradas em Espanha, mas também em Itália e no Chipre.
Portugal vai estar representado no Conselho Europeu pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, estando o início da reunião agendado para as 15horas locais (14horas de Lisboa).