Mesmos devedores obrigaram o Novo Banco a constituir 2.179 milhões de euros em imparidades.
O Novo Banco tinha no final de dezembro de 2018, à data da última injeção de dinheiros públicos, 4.150 milhões de euros em perdas causadas por 36 devedores, segundo informação esta terça-feira divulgada pelo Banco de Portugal.
Estas perdas decorriam de créditos iniciais de 7.366 milhões de euros, sendo que a exposição a 30 de junho se tinha reduzido para 3.025 milhões de euros.
Os mesmos devedores obrigaram ainda o Novo Banco a constituir 2.179 milhões de euros em imparidades (perdas potenciais).
Já em participações em instrumentos de capital, o Novo Banco tinha em dezembro passado apenas um milhão de euros em outras perdas. Não aparece registado qualquer valor em imparidades.
No total, estes valores ficam acima dos já divulgados referentes a 30 de junho de 2018, quando o Novo Banco tinha 3.542 milhões de euros em perdas e 2.420 milhões de euros em imparidades.
Em julho, cumprindo uma lei do parlamento, o banco cenral divulgou as perdas causadas pelos grandes devedores (sem referir nomes) dos bancos que beneficiaram de ajudas públicas nos últimos 12 anos (Caixa Geral de Depósitos, BES/Novo Banco, Banif, BPN, BCP, BPI e BPP), pelo que esta informação atualiza os dados para o Novo Banco, acrescentando a referência de 31 de dezembro de 2018.
Apesar de em outubro de 2017 o Novo Banco ter sido vendido ao fundo norte-americano Lone Star, este continua a pesar no bolso dos contribuintes.
É que na venda foi acordado um mecanismo pelo qual o Fundo de Resolução (entidade da esfera do Estado) compensa perdas, sob determinadas circunstâncias, até ao valor de 3,89 mil milhões de euros.
Até agora, já recebeu 1.941 milhões de euros (referentes a 2017 e 2018), tendo o Fundo de Resolução recorrido a empréstimos do Estado para poder pagar.
As perdas divulgadas pelo Banco de Portugal não são todas, mas apenas dos grandes devedores. É que, segundo a lei, as operações consideradas são aquelas com perdas associadas e de valor corresponde a pelo menos 1% do montante total dos fundos mobilizados pelo banco, mas nunca inferior a cinco milhões de euros.
Para o Novo Banco, o Banco de Portugal manteve o limiar de 43,3 milhões de euros.
O documento indica, em cada tabela, os grupos económicos devedores (sem referir nomes, apresentando-os por códigos), o valor do crédito inicial, o capital reembolsado, a exposição à data da ajuda pública, as perdas registadas nos cinco anos anteriores, os tipos de garantias e a existência ou não de medidas feitas pelos bancos para tentar recuperar o dinheiro emprestado.
Já as imparidades (perdas potenciais) não são apresentadas por cada devedor, mas apresentado o valor agregado total dos grupos de devedores em cada banco.
As perdas dizem respeito ao valor já perdido efetivamente pelo banco naquele crédito, enquanto as imparidades são o valor estimado pelo banco do que ainda irá perder.
No caso do Novo Banco, em todos os casos é dito que foram tomadas medidas de recuperação, havendo 13 operações sem garantias associadas.
Apesar de, em 2014, o Novo Banco ter nascido como o 'banco bom' do BES, na resolução deste, desde então só tem apresentado prejuízo, justificando a administração com o legado do BES com que ficou.
No primeiro semestre deste ano teve prejuízos de 400,1 milhões de euros , o dobro do prejuízo de 212,2 milhões no mesmo período de 2018.
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