Correio da Manhã – Entregou no Parlamento uma petição para a redução da taxa do IVA na restauração, de 23% para 13%. Acha que o conseguirá com as 34 mil assinaturas recolhidas?
Mário Pereira Gonçalves – Foi uma boa reunião com a presidente do Parlamento, Assunção Esteves, que mostrou sensibilidade para o tema. As 34 mil assinaturas vão obrigar, pelo menos, à discussão do problema. A maioria [PSD/CDS-PP] é capaz de chumbar, mas é uma prova de unidade do sector.
– Qual é impacto do IVA a 23% na restauração?
– Tem agravado dificuldades. Só no primeiro trimestre tivemos mais 3000 empresas do sector a fechar portas e 15 900 postos de trabalho perdidos. Isto em três meses. Se continuar, falhamos a nossa própria projecção de 47 mil desempregados na restauração, em apenas um ano. Serão mais de 60 mil.
– Acredita que vão conseguir baixar a taxa de IVA na restauração?
– Esse é o nosso objectivo para já. Repor a taxa intermédia. A meta final é baixar o IVA para a taxa reduzida, de 6%, para seguirmos o exemplo de Espanha, França e mesmo a Irlanda, que também está sob assistência financeira. É uma medida para impulsionar a Economia.
– Mas com as 34 mil assinaturas e a questão a ser discutida esta sexta-feira no Parlamento espera algum progresso?
– Já sabemos que os partidos que apoiam o Governo vão lutar contra a nossa petição. Mas assim sabemos quem está connosco e os quem está contra nós.
– Acha que a medida permitiu um encaixe financeiro ao Estado?
– Pensamos que o Estado estará a perder receita, mas se tiver valor acrescentado é à custa de empresas que fecham.