"Claro que se os preços (dos cereais) persistirem, é possível que haja um impacto no (pão)", considerou José Diogo Albuquerque.
O governante referiu que como "o pão é um produto transformado, o impacto da subida de cereais não se sente tão imediatamente", mas não excluiu essa possibilidade.
Portugal importa 75 por cento dos cereais que consome e o secretário de Estado acredita que é possível diminuir a dependência do exterior nesta e outras áreas responsáveis por um défice de quatro mil milhões de euros na balança comercial agrícola portuguesa.
Segundo defendeu, o país pode também aumentar a produção interna com a conversão das explorações de sequeiro para regadio, além da investigação de variedades que tenham maiores produtividades em zonas difíceis e com climas secos.
José Diogo Albuquerque entende que essa solução não necessitará de novos investimentos, mas a rentabilização dos já existentes, como é o caso do projecto de 100 mil hectares de regadio do Alqueva, no Alentejo.
"Já houve bastante investimento no regadio, falta averiguar e perceber porque é que não há mais aumento e conversão dos produtores de cereais para regadio. Nós temos um projecto com à volta de 100 mil hectares para área de regadio, estão 50 mil feitos, mas só 10 mil a funcionar", disse.
Para o secretário de Estado, "é importante esta reconversão". Porém, deixou um alerta aos agricultores "porque, muitas vezes, quando há aumentos de preços há uma adesão de moda a um certo tipo de cultura, mas os preços sobem e depois voltam a descer".